sexta-feira, 29 de outubro de 2010

Davam grandes passeios aos domingos.





Era uma vez um castelo com visitas em família ao domingo
No último domingo de cada mês (por sinal, o próximo), o Castelo de São Jorge organiza as "Visitas em Família". Uma visita guiada para miúdos e graúdos
Todos os anos, o Castelo é visitado por cerca de um milhão de pessoas, sendo que a esmagadora maioria (95%) são estrangeiros. Programas como as «Visitas em Família» procuram inverter esta tendência
Até ao século X a história da região que hoje é Lisboa teve vários intérpretes: por cá passaram romanos, bárbaros, alanos, suevos, visigodos e árabes, até ser conquista por D. Afonso Henriques em 1147, sendo que só no século XIII (em 1255), a cidade se tornou capital do reino. Ao longo de todo este processo as muralhas de defesa da cidade foram sendo fortalecidas e reforçadas, com o Castelo de São Jorge, na colina mais alta da cidade, a 112 metros de altura, a servir como símbolo maior da defesa da cidade. Em Junho de 1910, D. Manuel II, Rei de Portugal (por sinal o último), classificou o castelo como património nacional. Decore esta lição de história, porque, provavelmente, o seu filho vai fazer-lhe muitas perguntas sobre o Castelo.

CASTELO SEM REI

Se o Batman fosse alfacinha, teria aqui a sua caverna. Porquê? Porque hoje existem pelo menos cinco espécies de morcegos a habitar nestes jardins e muralhas. Nos tempos recentes o Castelo de São Jorge tornou-se palco de festas da cerveja e todos os anos em Junho, torna-se meta de romaria de milhares de lisboetas animados pelos santos populares. Acolhe ainda iniciativas como o Mercado Mundo Mix, um evento de novos talentos das artes, a Festa do Fado, concertos e até recebeu o VIII Festival Internacional de Máscaras e Comerciantes. No entanto, para quem não reside em Lisboa, visitar o Castelo custa dinheiro. Desde 2004 que a entrada passou a ser paga, num valor que começou nos 3€ e já vai nos 7€, sendo que as crianças até aos 10 anos não pagam. Todos os anos o Castelo é visitado por cerca de um milhão de pessoas, sendo que a esmagadora maioria (95%) são turistas estrangeiros.

A INVASÃO DOS MAIS NOVOS

O Castelo tem hoje uma programação de domingo pensada para as crianças com o nome "Domingos em Família". O primeiro domingo do mês é dedicado aos jogos. Mas desengane-se quem pensa que estamos a falar de Playstation ou outras coisas modernas, os jogos aqui são "do tempo em que o Castelo era a casa do Rei e da sua família", como refere o programa. Com sessões das 10h30 às 12h30 e das 14h30 às 16h30, os seus filhos terão a oportunidade de experimentar jogos como o quebra-bilhas, a vara-cega ou a torre do tesouro. Nos segundos domingos do mês, a música tem assumido papel de destaque, tendo por lá passado espectáculos de dança, música clássica, a versão musical da história do elefante Babar. O próximo evento está marcado para 14 de Novembro, com uma interpretação de "O Polegarzinho" de Isabelle Aboulker, a partir do original de Charles Perrault e que conta com o Coro Infantil da Companhia de Ópera do Castelo.

Mas o que traz o Castelo às paginas do GFS desta semana são os últimos domingos de cada mês. No próximo dia 31, às 10h30 e 14h30, são organizadas as "Visitas em Família". O programa começa com um roteiro guiado ao Castelo, seguido da visita aos núcleos Museológico e Arqueológico que permitem conhecer um pouco mais sobre a história e património do Castelo. No núcleo Arqueológico, por exemplo, pode encontrar os vestígios da Idade do Ferro (século VII a.C. a III a.C.), período islâmico (séculos XI a XII) e os vestígios do Palácio dos Condes de Santiago (século XV e XVIII).

JÁ AGORA

Depois da visita guiada, aproveite já que ali está, para fazer um dos outros programas de domingo no Castelo. Chama-se "Lisboa Vista ao Espelho" e basicamente leva-o ao único periscópio existente em Portugal. Situado na Torre Ulisses, em tempos chamada Torre do Tombo (entre os séculos XIV e XVIII funcionou como arquivo do reino), permite uma vista única de 360º sobre a cidade. O periscópio funciona das 9h às 17h em sessões de meia-hora. Mas atenção, a visibilidade está obviamente dependente das condições metereológicas.


(in jornal «i»).

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