A tecnologia, afinal, tem coisas deliciosamente boas. Isto é, depois de um dos mais belos edifícios da zona da Estefânia ter ido abaixo, ainda nos podemos deleitar, no Google Mapas, com a forma como o cruzamento onde desaguam, por exemplo, a rua Pascoal de Melo e a avenida Casal Ribeiro, tinha um prédio lindíssimo e harmoniosamente enquadrado no espaço na esquina da rua do Almirante Barroso com a avenida Casal Ribeiro. Por outro lado, tem também coisas terrivelmente más, pois, através da mesma ferramenta podemos observar os azulejos que decoravam a sua fachada e relembrar que terão ido abaixo, junto com o prédio em questão e todos os materais que o compunham, como guardas de varanda em ferro trabalhadas ou cantarias em pedra esculpidas, e ninguém se deu ao trabalho de salvaguardar nada. Não houve um S.O.S. Azulejo ou um Museu Nacional do Azulejo (MNAz) que fossem lá recolher os azulejos, nem há em Lisboa algo como um banco de materais destinado a fazer o devido levantamento deste tipo de património cultural e a salvaguardá-lo quando não é possível manter-se na sua função original. A continuar assim, Lisboa terá futuro, esse ninguém lho tira, o problema está em que à medida que esse futuro vira presente, continuamente, se aperceberá que não tem passado e não é por ele não existido, mas sim por não ter devidamente valorizada a sua existência.
T
1 comentário:
Diz que há muito alemão que compra azulejos e ferro forjado dalgumas demolições mais... profissionais.
Estes desta chegaram agora do Ultramar. São diligentes mas estão por lapidar. Como tal só delapidam.
O prédio da Elias Garcia, 62 já foi. O palacete do nº 1 da Av. da República não há-de tardar.
Cumpts.
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