Bairro Alto tenta limpar a cara
Cristiano Pereira
O plano de limpeza de tags e grafitis nos prédios do Bairro Alto ainda está a meio. Segundo a Câmara de Lisboa, já foram limpos 363 edifícios de 15 ruas. Mas ainda faltam mais 18. Os moradores queixam-se dos jovens que lá vão à noite.
O plano de limpeza de tags e grafitis nos prédios do Bairro Alto ainda está a meio. Segundo a Câmara de Lisboa, já foram limpos 363 edifícios de 15 ruas. Mas ainda faltam mais 18. Os moradores queixam-se dos jovens que lá vão à noite.
O plano da Câmara Municipal de Lisboa tem como objectivo limpar as tags (rabiscos e assinaturas a marcador) e grafitis (pinturas a spray) que nos últimos anos têm sido uma praga no Bairro Alto.
“Isto é feio, tira ao bairro todo o seu aspecto histórico”, apontou Cláudia Gonçalves, empregada de uma loja na rua da Atalaia, e algo céptica em relação à eficácia da limpeza da autarquia.
“A câmara limpa num dia mas passados uns dias sujam tudo outra vez”, lamentou, não se atrevendo, contudo, a apontar o dedo aos culpados.
“Isto é a malta que vem para aqui à noite, não é gente cá do bairro porque de dia ninguém anda aí a pintar”, acusou por seu turno, Adélia Guerreiro, cabeleireira da Travessa dos Inglesinhos, descontente por verificar que “os que foram limpos já têm outra vez as pinturas”.
“O bairro agora está melhor”, disse Luís Pereira, de 42 anos, cerveja na mão às três da tarde na rua da Atalaia. O morador critica quem ali vai “pintar as assinaturas nas pedras”. Em relação aos grafitis, alguns até merecem elogios: “Aquele ali de uma mulher a ser apertada no pescoço está mesmo perfeito”, observou com a maior naturalidade do mundo. O nativo do bairro critica, todavia, os serviços camarários por demorarem a colocar nas ruas “os placards para o pessoal colar cartazes”.
Desde o início do ano que a Câmara Municipal de Lisboa tem vindo a aplicar 440 mil euros para inverter a péssima imagem de paredes rabiscadas por todo o lado.
Segundo fonte da autarquia, essa verba tem surgido de contrapartidas do Casino Lisboa. Nos próximos tempos a intervenção será realizada em mais 18 ruas, num total de 156 edifícios.
Para fazer as intervenções existem duas equipas, compostas por duas a três pessoas cada e que, segundo a Câmara estão responsáveis “pela manutenção da área limpa com uma regularidade aproximada de duas vezes por semana”.
A intervenção decorre em duas fases distintas. Na primeira realiza-se a recuperação do suporte ao nível do piso térreo, nomeadamente das fachadas, vãos de portas e janelas, com reparação dos rebocos, caixilhos, carpintarias e limpezas de cantarias, passando-se de seguida a realizar a manutenção das áreas recuperadas e protegidas com tratamento anti-grafiti.
A autarquia pretende ainda combater o problema da afixação inadequada de cartazes nas paredes. “Brevemente serão instalados equipamentos que possibilitem a afixação de cartazes de forma legal e regrada”, garantiu fonte da Câmara ao JN.
(in Jornal de Notícias)
Cristiano Pereira
O plano de limpeza de tags e grafitis nos prédios do Bairro Alto ainda está a meio. Segundo a Câmara de Lisboa, já foram limpos 363 edifícios de 15 ruas. Mas ainda faltam mais 18. Os moradores queixam-se dos jovens que lá vão à noite.
O plano de limpeza de tags e grafitis nos prédios do Bairro Alto ainda está a meio. Segundo a Câmara de Lisboa, já foram limpos 363 edifícios de 15 ruas. Mas ainda faltam mais 18. Os moradores queixam-se dos jovens que lá vão à noite.
O plano da Câmara Municipal de Lisboa tem como objectivo limpar as tags (rabiscos e assinaturas a marcador) e grafitis (pinturas a spray) que nos últimos anos têm sido uma praga no Bairro Alto.
“Isto é feio, tira ao bairro todo o seu aspecto histórico”, apontou Cláudia Gonçalves, empregada de uma loja na rua da Atalaia, e algo céptica em relação à eficácia da limpeza da autarquia.
“A câmara limpa num dia mas passados uns dias sujam tudo outra vez”, lamentou, não se atrevendo, contudo, a apontar o dedo aos culpados.
“Isto é a malta que vem para aqui à noite, não é gente cá do bairro porque de dia ninguém anda aí a pintar”, acusou por seu turno, Adélia Guerreiro, cabeleireira da Travessa dos Inglesinhos, descontente por verificar que “os que foram limpos já têm outra vez as pinturas”.
“O bairro agora está melhor”, disse Luís Pereira, de 42 anos, cerveja na mão às três da tarde na rua da Atalaia. O morador critica quem ali vai “pintar as assinaturas nas pedras”. Em relação aos grafitis, alguns até merecem elogios: “Aquele ali de uma mulher a ser apertada no pescoço está mesmo perfeito”, observou com a maior naturalidade do mundo. O nativo do bairro critica, todavia, os serviços camarários por demorarem a colocar nas ruas “os placards para o pessoal colar cartazes”.
Desde o início do ano que a Câmara Municipal de Lisboa tem vindo a aplicar 440 mil euros para inverter a péssima imagem de paredes rabiscadas por todo o lado.
Segundo fonte da autarquia, essa verba tem surgido de contrapartidas do Casino Lisboa. Nos próximos tempos a intervenção será realizada em mais 18 ruas, num total de 156 edifícios.
Para fazer as intervenções existem duas equipas, compostas por duas a três pessoas cada e que, segundo a Câmara estão responsáveis “pela manutenção da área limpa com uma regularidade aproximada de duas vezes por semana”.
A intervenção decorre em duas fases distintas. Na primeira realiza-se a recuperação do suporte ao nível do piso térreo, nomeadamente das fachadas, vãos de portas e janelas, com reparação dos rebocos, caixilhos, carpintarias e limpezas de cantarias, passando-se de seguida a realizar a manutenção das áreas recuperadas e protegidas com tratamento anti-grafiti.
A autarquia pretende ainda combater o problema da afixação inadequada de cartazes nas paredes. “Brevemente serão instalados equipamentos que possibilitem a afixação de cartazes de forma legal e regrada”, garantiu fonte da Câmara ao JN.
(in Jornal de Notícias)
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