segunda-feira, 23 de agosto de 2010

Por onde anda a memória das casas de Lisboa que contam histórias?



É uma casa cinzenta e a que começam a faltar pedaços, junto a um largo que baptizaram com o nome do olisipógrafo que ali viveu. Restos de tinta quase invisível revelam que terá sido cor-de-rosa - é geminada com outra, que foi restaurada e que é da cor que já desapareceu desta. Nas traseiras havia um jardim, agora destruído. O muro que o protegia ruiu. E agora há um chão coberto de pontas de cigarros e de garrafas de cerveja vazias. E há ervas secas. Resta uma árvore de flores lilás. Não se vê ninguém aqui. Na fachada, bem lá no alto, pregaram uma lápide de homenagem ao olisipógrafo. Mas as letras estão gastas e escondidas pelos tufos de erva que ali crescem. Na parede. E esta casa está classificada como imóvel de interesse público, integrado no conjunto do Paço do Lumiar. Desde 1997 que é propriedade da Câmara de Lisboa.

2 comentários:

FJorge disse...

De facto, uma grande vergonha para todos os liboetas! Mas existem mais casas como esta em Lisboa. Na nossa capital as vergonhas nunca aparecem isoladas.

MCA disse...

Até ao final dos anos 80 funcionou ali uma associação recreativa. Será que fechou?