segunda-feira, 9 de agosto de 2010

60 milhões.


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Lisboa
EPUL exige 60 milhões à câmara
por RUI PEDRO ANTUNES
Empresa municipal quer que a CML devolva somas pagas a entidades como o Sporting e o Benfica.
A EPUL (Empresa Pública de Urbanização de Lisboa) exige ser ressarcida pela Câmara Municipal de Lisboa, presidida por António Costa, pelos mais de 60 milhões que foi "obrigada a pagar" a entidades como o Sporting, o Benfica ou o atelier de arquitectos de Frank Ghery, entre 2002 e 2004. O director de Planeamento e Controlo da EPUL, Jorge Alves Ferreira, adiantou ao DN que a empresa municipal necessita que a autarquia "devolva à EPUL aquilo que opções políticas tomadas noutros anos retiraram à empresa", lembrando que as actuais dificuldades financeiras da EPUL - já no limiar da falência técnica - se devem a estes gastos.
Alves Ferreira garante que neste momento a administração está a fazer esforços para "despolitizar" a EPUL, pois acredita que "quando a política se mete na gestão, dá maus resultados". É por isso que agora exige que a empresa seja ressarcida, "em dinheiro ou de qualquer outra forma pela autarquia" pelas tais "opções políticas" alheias à a empresa municipal. O dinheiro que a EPUL agora reivindica à CML para equilibrar as suas contas, foi gasto durante o mandato do social-democrata Pedro Santana Lopes.
61,2 milhões de euros foi o valor encontrado pela auditoria externa feita à empresa (terminada em 21 de Julho de 2009), onde foram elencados os casos "mais significativos" que contribuíram para a má saúde financeira da empresa. A auditoria foi feita pela PricewhaterhouseCoopers, que destacou por exemplo (ver caixa) os 2,9 milhões pagos ao atelier de Frank Ghery, os 19,7 milhões pagos ao Benfica por terrenos na zona do antigo estádio e no Vale de Santo António, os 11,6 milhões ao Sporting relativos a fogos na Quinta José Pinto ou até os 2,1 milhões pagos ao arquitecto Jean Nouvel no âmbito do projecto que este realizou para Alcântara-Mar.
Alves Ferreira defende que foram estes gastos que "obrigaram" a empresa a recorrer à banca e afirma que "se a autarquia devolvesse este valor, a EPUL deixaria de ficar numa situação débil". O director de planeamento e controlo ressalva que "a EPUL não recebe qualquer dinheiro do Orçamento de Estado nem da Câmara de Lisboa, vive apenas dos seus próprios ganhos". Para fazer frente à delicada situação financeira, a EPUL avançou com diversas medidas de contenção de despesa que não têm sido consensuais, tendo uma delas - a "redução voluntária de salários" - provocado o descontentamento de alguns trabalhadores.
(in Diário de Notícias).

1 comentário:

J A disse...

2,9 milhões pagos ao atelier de Frank Ghery deviam ser devolvidos do bolsinho do sr. Santana porque, brincar às cidades....é caro !