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Uma mulher na brisa da tarde. Natércia Lopes vive em Lisboa há mais de 40 anos. E há muitos, muitos anos, vem para aqui com o seu homem, pescar no Tejo. «Tainhas?», pergunto. Ofende-se. «Qual quê, linguados! Hoje, já pesquei três!». Linguados no Tejo, junto à Ribeira das Naus. Há muitas lisboas dentro de Lisboa. Estes são os domingos de Natércia Lopes e seu marido. Quem disse que pesca era assunto de homens não conhece Natércia, não conhece Lisboa. A cidade agoniza, mas mantém o encanto destas surpresas tão portuguesas, tão pequenas, periféricas. Com amor se vai, Natércia. Com amor se vai, Lisboa.
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