A Câmara Municipal de Lisboa aprovou por unanimidade a proposta à UNESCO da candidatura do fado a património cultural imaterial da Humanidade. Foi um acto formal, a que se seguirá ainda a submissão da proposta à Assembleia Municipal de Lisboa, mas permitirá dar definitivamente continuidade a um trabalho iniciado em 2004, mas lançado ainda antes de Lisboa Capital Europeia da Cultura, em 1994.
O trabalho de candidatar o fado a património da Unesco iniciou-se em 2004 (Enric Vives Rubio)
“Sabemos muito mais sobre o fado e sua história agora do que há cinco anos”, disse ao PÚBLICO Rui Vieira Nery, coordenador da comissão científica da candidatura, que será apresentada à UNESCO em versão final no próximo mês de Junho.Depois da aprovação pela Câmara Municipal, será tempo de “pôr no terreno” toda a informação entretanto recolhida e trabalhada, editando ou disponibilizando ao público “inventários de fontes, publicações, iconografia ligada ao fado, textos críticos, discos ou bases de dados”. Concretizando, Rui Vieira Nery fala-nos, por exemplo, de parcerias como as celebradas “anteriormente com a colecção ‘O Fado do Público’ [lançada com o jornal Público] ou como as reedições da Alvorada [colecção em três CDs, lançados pela Movieplay em Março, do espólio da editora respectiva]”. Neste momento está em preparação o lançamento de novo material, quer discográfico, quer literário, enquanto prossegue o trabalho para a elaboração de uma base de dados que reúna toda a informação disponível.Tudo isto se insere no próximo passo da candidatura. Que inclui, para além do esforço diplomático necessário, “quer do nosso embaixador na UNESCO [Manuel Maria Carrilho]”, quer a nível de embaixadas, a activação do plano de salvaguarda do fado. Como destacou Nery, Secretário de Estado da Cultura do governo de António Guterres, a “Unesco não é o Livro do Guiness”, e a elevação a património da Humanidade “pressupõe o reconhecimento do fenómeno cultural pela comunidade em que se insere”. “Daí”, ressalva, “a importância de a Câmara ter aprovado a proposta da candidatura por unanimidade”, o que a legitima institucionalmente, e um plano de salvaguarda que permita provar da capacidade de preservação e contextualização do legado histórico do fado.Esse trabalho, em desenvolvimento com o apoio privilegiado (e natural) do Museu do Fado, fonte de informação primordial (a sua directora, Sara Pereira, integra também a comissão científica da candidatura), do Instituto de Etno-Musicologia da Universidade Nova, de cujo trabalho resultou recentemente a “Enciclopédia da Música Portuguesa”, e em parceria com diversas instituições detentoras de acervo relevante (da RTP a associações de fado, da Cinemateca a colectividades de bairro), deixa Rui Nery confiante quanto à decisão da UNESCO, em Setembro de 2011. “O trabalho que já está feito é o mais importante”, aponta.Após a aprovação da proposta de candidatura pela Câmara Municipal, onde se determina uma aposta na sensibilização “dos demais órgãos de soberania, bem como outras instituições públicas e privadas”, a vereadora da Cultura, Catarina Vaz Pinto, revelou que será formada uma comissão de honra nacional e internacional “para que a candidatura possa ter visibilidade e congregar o máximo de apoios”.Ruben de Carvalho, vereador do PCP, destacou que o sucesso da candidatura poderá beneficiar do facto de o fado ser hoje “um fenómeno vivo”.O tango, considerado património cultural imaterial da Humanidade em 2009, viu recusada a sua primeira candidatura. Vieira Nery não crê que tal aconteça ao fado. Contudo, qualquer que seja o resultado, reflecte, “o trabalho que já está feito é o grande prémio que Portugal dá a si próprio”.
O trabalho de candidatar o fado a património da Unesco iniciou-se em 2004 (Enric Vives Rubio)
“Sabemos muito mais sobre o fado e sua história agora do que há cinco anos”, disse ao PÚBLICO Rui Vieira Nery, coordenador da comissão científica da candidatura, que será apresentada à UNESCO em versão final no próximo mês de Junho.Depois da aprovação pela Câmara Municipal, será tempo de “pôr no terreno” toda a informação entretanto recolhida e trabalhada, editando ou disponibilizando ao público “inventários de fontes, publicações, iconografia ligada ao fado, textos críticos, discos ou bases de dados”. Concretizando, Rui Vieira Nery fala-nos, por exemplo, de parcerias como as celebradas “anteriormente com a colecção ‘O Fado do Público’ [lançada com o jornal Público] ou como as reedições da Alvorada [colecção em três CDs, lançados pela Movieplay em Março, do espólio da editora respectiva]”. Neste momento está em preparação o lançamento de novo material, quer discográfico, quer literário, enquanto prossegue o trabalho para a elaboração de uma base de dados que reúna toda a informação disponível.Tudo isto se insere no próximo passo da candidatura. Que inclui, para além do esforço diplomático necessário, “quer do nosso embaixador na UNESCO [Manuel Maria Carrilho]”, quer a nível de embaixadas, a activação do plano de salvaguarda do fado. Como destacou Nery, Secretário de Estado da Cultura do governo de António Guterres, a “Unesco não é o Livro do Guiness”, e a elevação a património da Humanidade “pressupõe o reconhecimento do fenómeno cultural pela comunidade em que se insere”. “Daí”, ressalva, “a importância de a Câmara ter aprovado a proposta da candidatura por unanimidade”, o que a legitima institucionalmente, e um plano de salvaguarda que permita provar da capacidade de preservação e contextualização do legado histórico do fado.Esse trabalho, em desenvolvimento com o apoio privilegiado (e natural) do Museu do Fado, fonte de informação primordial (a sua directora, Sara Pereira, integra também a comissão científica da candidatura), do Instituto de Etno-Musicologia da Universidade Nova, de cujo trabalho resultou recentemente a “Enciclopédia da Música Portuguesa”, e em parceria com diversas instituições detentoras de acervo relevante (da RTP a associações de fado, da Cinemateca a colectividades de bairro), deixa Rui Nery confiante quanto à decisão da UNESCO, em Setembro de 2011. “O trabalho que já está feito é o mais importante”, aponta.Após a aprovação da proposta de candidatura pela Câmara Municipal, onde se determina uma aposta na sensibilização “dos demais órgãos de soberania, bem como outras instituições públicas e privadas”, a vereadora da Cultura, Catarina Vaz Pinto, revelou que será formada uma comissão de honra nacional e internacional “para que a candidatura possa ter visibilidade e congregar o máximo de apoios”.Ruben de Carvalho, vereador do PCP, destacou que o sucesso da candidatura poderá beneficiar do facto de o fado ser hoje “um fenómeno vivo”.O tango, considerado património cultural imaterial da Humanidade em 2009, viu recusada a sua primeira candidatura. Vieira Nery não crê que tal aconteça ao fado. Contudo, qualquer que seja o resultado, reflecte, “o trabalho que já está feito é o grande prémio que Portugal dá a si próprio”.
(in Público)
2 comentários:
Blablablabla....o fado a património mundial!? E a sardinha assada? Estes tipos não têm mesmo mais nada para se dedicar?
Tolos entreguistas que não levam emenda.
O fado é património português para quem o queira ouvir.
Cumpts.
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