Lisboa é uma das cidades históricas da Europa com menos memória do passado. Com mais de 250 anos, tirando o Castelo de S. Jorge e a Sé, pouco mais resta. A velha urbe com raízes medievais não resistiu ao terramoto de 1755 e o pouco que sobrou foi demolido para a construção da Lisboa pombalina que hoje conhecemos.
Saber como era essa Lisboa antiga foi sempre o desejo de muitos académicos, de historiadores a arquitectos, engenheiros e outros interessados. É verdade que há muita documentação escrita e algumas gravuras, mas nem sempre a informação é clara e correcta e nem sempre os testemunhos coincidem.
Está em curso um projecto pioneiro que resulta de uma colaboração entre o Centro de História de Arte e Investigação Artística da Universidade de Évora (CHAIA), a empresa Beta Technologies e o King's Visualisation Lab (KVL), King's College London, que procura responder a essa questão.
Já existe trabalho feito, nomeadamente a reconstituição de parte do Terreiro do Paço, do antigo Paço da Ribeira e de vários outros edifícios palatinos. Na sequência desse trabalho de pesquisa e da utilização das novas tecnologias no estudo histórico das cidades, vai realizar-se em Lisboa, dia 21 de Maio, na Associação de Turismo de Lisboa, Rua do Arsenal, 15, a partir das 9 da manhã, um workshop que conta com a participação de Bernard Frischer, director do Virtual World Heritage Laboratory, Universidade da Virgínia e coordenador científico do projecto Rome Reborn, uma recriação virtual da Roma Clássica; Richard Beacham, Director do King's Visualisation Lab, King's College London, organismo vocacionado para a aplicação da linguagem virtual à pesquisa histórica; Drew Baker, investigador e um dos fundadores desta estrutura; Ana Cristina Leite, directora do Museu da Cidade; António Filipe Pimentel, director do Museu Nacional de Arte Antiga; Alexandra Gago da câmara, investigadora do CHAIA; Cristina Gouveia, representante da empresa YDreams - especialistas em tecnologias de interacção; Helena Murteira, investigadora do CHAIA; José Sarmento de Matos, olisipógrafo e coordenador científico dos Itinerários Culturais da Associação de Turismo de Lisboa; Luís Sequeira, representante da empresa Beta Technologies - Architects of the Virtual World; Paulo Rodrigues, investigador do CHAIA e Vítor Cóias, director do GECoRPA - Grémio das empresas de conservação e restauro do património arquitectónico.
(jornal «i»).
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