sábado, 10 de abril de 2010

Morrer em Lisboa está pela hora da morte.























.
Agências funerárias contestam aumento das taxas de gestão de cemitérios em Lisboa
Subida das taxas municipais afecta também comerciantes dos mercados e taxistas. Agentes funerários vão protestar à assembleia municipal na terça-feira

Representantes da Associação Nacional das Empresas Lutuosas vão estar na próxima terça-feira na Assembleia Municipal de Lisboa para contestar os aumentos, "em média de 600 por cento", das taxas de gestão dos cemitérios.

Uma proposta nesse sentido vai ser votada nesta reunião do órgão deliberativo municipal. O presidente da associação empresarial do sector funerário, Nuno Ramos Monteiro, diz que o aumento, que já foi aprovado em Março em reunião camarária, terá "graves consequências" para as famílias que tiverem de pagar funerais.

Como exemplo de uma das consequências resultantes do novo regulamento de taxas municipais, Nuno Ramos Monteiro indica que a taxa de cremação nos fornos cremátórios de Lisboa vai subir de 57,37 para cerca de 142 euros.

Ainda antes da assembleia municipal, a associação vai promover, na segunda-feira, uma conferência de imprensa para "alertar a população lisboeta" para aquilo que considera ser "uma vergonha". Para a Associação Nacional de Empresas Lutuosas, a fase de discussão pública do novo regulamento de taxas, que decorreu entre 12 de Fevereiro e 5 de Março, foi "muito curta" e "quase passou despercebida" das pessoas.

No início da discussão pública, os vereadores do PCP e do CDS-PP na Câmara de Lisboa, respectivamente Ruben de Carvalho e António Carlos Monteiro, criticaram o novo regulamento por este ir agravar a carga fiscal sobre os munícipes.

"Há casos em que o aumento chega aos 500 por cento", disse na altura Ruben de Carvalho, dando como exemplo de taxas que terão subidas substanciais aquelas a pagar pelos táxis, as da gestão dos cemitérios, as de ocupação do espaço público e as dos mercados. "Estamos perante mais um violento ataque ao bolso dos lisboetas", afirmou, por seu lado, António Carlos Monteiro, sublinhando a necessidade de, em tempos de crise, "o município tentar proteger as pequenas e médias empresas".

A autora da proposta de aumento de taxas, a vereadora das Finanças Maria João Mendes, tem negado no entanto que os aumentos sejam substanciais, reconhecendo que numa previsão inicial "foi avançado um acréscimo de cerca de 15 por cento", mas que feitas novas projecções as taxas devem "ficar sensivelmente na mesma ou, quando muito, aumentar ligeiramente".


(in Público)

Sem comentários: