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Museus europeus chamam Luís Raposo a Cambridge
por ANTÓNIO PEDRO PEREIRA
por ANTÓNIO PEDRO PEREIRA
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Preocupação com planos do ministério salta as fronteiras.
Um grupo de museus europeus solicitou a presença do director do Museu Nacional de Arqueologia (MNA) em Cambridge, local simbólico para esta área (é lá o Mu- seu de Arqueologia Clássica e um grande centro universitário da área), para esclarecer o processo de mudança de instalações que tem preocupado os arqueólogos e universitários em Portugal. E, agora, também lá fora.
"Fui convidado para me deslocar a Cambridge, onde se vão reunir os museus de arqueologia de vários países, da Inglaterra à Espanha, Itália ou França, para explicar este plano do Ministério da Cultura para o MNA", confirmou ao DN Luís Raposo. "Há ali muitos portugueses, de professores a arqueólogos ou estudantes que foram passando as preocupações e gerou-se um movimento europeu de solidariedade que pretende salvaguardar os interesses da arqueologia", juntou.
O Ministério da Cultura (MC) quer colocar o MNA na Cordoaria, mas as dúvidas quanto à capacidade daquele edifício para albergar cerca de 700 tesouros nacionais, sem um estudo geotécnico prévio que desfaça as dúvidas (o ministério tem-se mostrado satisfeito com tudo o que já foi apurado), não deixa a comunidade arqueológica descansada. Luís Raposo já disse claramente que sem esse estudo nem sequer se sabe se a Cordoaria é tecnicamente viável para acolher o MNA - e que se recusa a mudar de casa sem esse estudo certificado, por exemplo, pelo Laboratório Nacional de Engenharia Civil.
"Sinto que tem havido uma grande solidariedade para com os meus argumentos, sim", diz Luís Raposo. E no blogue do Grupo de Amigos do MNA (http://gamna.blogspot.com/) podem ler-se vários depoimentos de professores catedráticos e outros universitários a pedir o estudo prévio que afaste qualquer dúvida técnica da Cordoaria - ou que aponte um caminho para, se as houver, as rectificar. "Como pode o Doutor João Brigola referir 15 milhões de euros para uma eventual adaptação da Cordoaria se não existem os estudos prévios nem os projectos? Pela sua falta de preparação para o lugar, devia ser afastado por demagogia e inépcia", disparou Francisco Sande Lemos, professor jubilado da Universidade do Minho. "No fundo, o que se pede é que haja bom senso. Primeiro terminem o Museu do Côa. E depois estudem uma solução para o Museu Nacional de Arqueologia. Faço votos para o que o Dr. Luís Raposo não ceda às pressões do poder político", junta.
No fundo, e lendo-se vários depoimentos de gente da arqueologia, como os professores universitários Vítor Gonçalves (Lisboa), Armando Coelho Ferreira da Silva e Vítor Oliveira Jorge (Porto) ou Nuno Bicho (Algarve), vê-se instalada uma onda de indignação.
Uma onda de indignação à qual o MC tem reagido dizendo apenas que tudo será feito a pensar na segurança do museu e do seu espólio, sem se comprometer com qualquer estudo - o secretário de Estado Elísio Summavielle, disse o MC, está satisfeito com os estudos efectuados. Amanhã, no entanto, Gabriela Canavilhas será questionada sobre o assunto na Comissão de Cultura do Parlamento, que na semana passada visitou o museu.
Depois, Raposo vai a Cambridge. "Falta apenas marcar uma data. Julgo que em Abril não posso."
Preocupação com planos do ministério salta as fronteiras.
Um grupo de museus europeus solicitou a presença do director do Museu Nacional de Arqueologia (MNA) em Cambridge, local simbólico para esta área (é lá o Mu- seu de Arqueologia Clássica e um grande centro universitário da área), para esclarecer o processo de mudança de instalações que tem preocupado os arqueólogos e universitários em Portugal. E, agora, também lá fora.
"Fui convidado para me deslocar a Cambridge, onde se vão reunir os museus de arqueologia de vários países, da Inglaterra à Espanha, Itália ou França, para explicar este plano do Ministério da Cultura para o MNA", confirmou ao DN Luís Raposo. "Há ali muitos portugueses, de professores a arqueólogos ou estudantes que foram passando as preocupações e gerou-se um movimento europeu de solidariedade que pretende salvaguardar os interesses da arqueologia", juntou.
O Ministério da Cultura (MC) quer colocar o MNA na Cordoaria, mas as dúvidas quanto à capacidade daquele edifício para albergar cerca de 700 tesouros nacionais, sem um estudo geotécnico prévio que desfaça as dúvidas (o ministério tem-se mostrado satisfeito com tudo o que já foi apurado), não deixa a comunidade arqueológica descansada. Luís Raposo já disse claramente que sem esse estudo nem sequer se sabe se a Cordoaria é tecnicamente viável para acolher o MNA - e que se recusa a mudar de casa sem esse estudo certificado, por exemplo, pelo Laboratório Nacional de Engenharia Civil.
"Sinto que tem havido uma grande solidariedade para com os meus argumentos, sim", diz Luís Raposo. E no blogue do Grupo de Amigos do MNA (http://gamna.blogspot.com/) podem ler-se vários depoimentos de professores catedráticos e outros universitários a pedir o estudo prévio que afaste qualquer dúvida técnica da Cordoaria - ou que aponte um caminho para, se as houver, as rectificar. "Como pode o Doutor João Brigola referir 15 milhões de euros para uma eventual adaptação da Cordoaria se não existem os estudos prévios nem os projectos? Pela sua falta de preparação para o lugar, devia ser afastado por demagogia e inépcia", disparou Francisco Sande Lemos, professor jubilado da Universidade do Minho. "No fundo, o que se pede é que haja bom senso. Primeiro terminem o Museu do Côa. E depois estudem uma solução para o Museu Nacional de Arqueologia. Faço votos para o que o Dr. Luís Raposo não ceda às pressões do poder político", junta.
No fundo, e lendo-se vários depoimentos de gente da arqueologia, como os professores universitários Vítor Gonçalves (Lisboa), Armando Coelho Ferreira da Silva e Vítor Oliveira Jorge (Porto) ou Nuno Bicho (Algarve), vê-se instalada uma onda de indignação.
Uma onda de indignação à qual o MC tem reagido dizendo apenas que tudo será feito a pensar na segurança do museu e do seu espólio, sem se comprometer com qualquer estudo - o secretário de Estado Elísio Summavielle, disse o MC, está satisfeito com os estudos efectuados. Amanhã, no entanto, Gabriela Canavilhas será questionada sobre o assunto na Comissão de Cultura do Parlamento, que na semana passada visitou o museu.
Depois, Raposo vai a Cambridge. "Falta apenas marcar uma data. Julgo que em Abril não posso."
(in Diário de Notícias)
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