segunda-feira, 1 de março de 2010

Entretanto, Lisboa ganha o Red Bull...


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Porto está a preservar os azulejos das fachadas.

Os azulejos são uma imagem de marca do Porto que o Banco de Materiais (BM) da autarquia pretende preservar. Para isso, faz a sua recolha e conservação, cedendo-os depois a cidadãos que queiram cobrir falhas de fachadas.

A sua missão passa por recolher e dar materiais usados de forma generalizada nos edifícios da cidade, como os azulejos, gradeamentos de varandas, beirais, frisos, estátuas e placas toponímicas. Mas é para os azulejos de fachada, que devido às suas carac- terísticas permitem dar às ruas sombrias do Centro Histórico da cidade cor, brilho e alguma vida, que o BM está mais direcionado.

Para o director do Departamento Municipal de Museus e Património Cultural, em que está integrado o BM, "o azulejo faz parte da arquitectura do Porto, é uma imagem de marca da cidade". Mário Brito entende que cabe a este banco "contribuir para a conservação desta característica identitária" do Porto.

"O BM guarda, actualmente, mais de 45 mil azulejos, de cerca de 800 estamparias diferentes", afirmou Maria Augusta Marques, coordenadora do espaço criado há duas décadas.

Estes quadradinhos de cerâmica de duas até cinco cores diferentes chegam ao depósito pela mão de cidadãos comuns e pelos próprios serviços do urbanismo da Câmara do Porto, já sensibilizados para este elemento que constitui património da cidade.

Neste "hospital de azulejos" dois técnicos da autarquia passam os seus dias a limpar e restaurar, pacientemente, os azulejos que ali chegam. Júlio, que está naquele serviço há 18, foi aprendendo a gostar do que faz, considerando que a remoção delicada da argamassa é um trabalho "moroso e repetitivo", mas que depois lhe "permite identificar pelas ruas da cidade" quais os azulejos em que já pegou e que estão armazenados no Banco.

A par da limpeza e conservação que é feita, há ainda um trabalho de identificação da proveniência de todos os exemplares que entram no BM, no âmbito da sua inventariação e do seu polo museológico. Podendo recorrer a este depósito para preencher pequenas falhas de antigas fachadas, o munícipe recebe também o aconselhamento dos técnicos do BM e dos serviços do urbanismo que recomendam o recurso a algumas empresas capazes de reproduzir os exemplares.

O BM está instalado num edifício de dois pisos, com cerca de 227 metros quadrados, anexo à Casa Tait.

(in «Jornal de Notícias»).

1 comentário:

J A disse...

Sim....mas nós lisboetas somos mais virados à iniciativa privada....

(sempre temos a Feira da Ladra !?)