domingo, 21 de março de 2010

Calçada estragada.





Calçada estragada dificulta mobilidade dos peões

Vários passeios das ruas da capital encontram-se com buracos e pedras soltas. Podem provocar acidentes a quem circula a pé

Buracos e desníveis de vários passeios com calçada portuguesa nas ruas de Lisboa dificultam a circulação dos peões, não permitindo que se movimentem em segurança.

"Os passeios estão cheios de buracos. Nas ruas com inclinação as pessoas idosas só andam na estrada, pois nos passeios tropeçam e escorregam", lamentou ao DN Rui Madureira, 55 anos e engenheiro de máquinas de navios, quando circulava numa rua lisboeta. Na opinião deste lisboeta, "nas zonas históricas mantinha-se a calçada portuguesa, mas nas outras deveria ser tudo em alcatrão".

Também Marina Gaspar, 25 anos contou ao DN que ontem deu um "chuto" numa pedra solta da calçada atingindo um senhor idoso. "Por acaso não o magoei, mas e se magoasse? Quem se responsabilizava? A calçada é muito bonita para a cidade, mas pode provocar alguns acidentes.", lamentou. "É preciso investir na manutenção." Para Pedro Pinto, 24 anos e morador em Lisboa há apenas dois meses, a capital nacional "não teria o mesmo encanto sem a calçada e perderia a sua identidade". "A aposta deve ser na manutenção dos passeios e não na remoção da calçada", disse ao DN.

Manuel Ramos, ex-vereador da Câmara de Lisboa (CML) e presidente da Associação de Cidadãos Auto-Mobilizados (ACA-M), não concorda com a pavimentação dos passeios com calçada portuguesa. "É uma falta de consideração pelos peões, porque como fica mais caro, restringiram a largura dos passeios", disse ao DN. "Os passeios deviam ser de asfalto como em Paris. Pode-se andar depressa sem medo de partir um pé.", sugeriu. "Os passeios de calçada não têm valor patrimonial nenhum, excepto em certas zonas da cidade, como na Baixa. Essas vale a pena manter."

Rui Madureira sugere que a CML faça "contas ao que os hospitais gastam com pessoas que se magoam na calçada e reparem os passeios, pois iriam poupar muito dinheiro".

"A pedra utilizada nos passeios é de má qualidade. O calcário é mais quebrável e mais poroso do que antigamente, o que traz problemas de manutenção", denunciou o ex-vereador da CML.

O DN andou por várias ruas de Lisboa e constatou a existência de vários buracos nos passeios da cidade, alguns sinalizados e outros não. Viu, também, que em zonas com inclinação os idosos circulam pelas estradas e não utilizam os passeios, como é o caso da Avenida Duque de Loulé.

(in «Diário de Notícias»).

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