Os cem dias do executivo de António Costa
Por Victor Gonçalves (*)
Passaram 100 dias desde a posse deste executivo que governa Lisboa liderado pelo socialista António Costa, cem dias que foram de rotura com os 100 dias anteriores ao início deste mandato.
Antes Lisboa fervilhava de actividade: viam-se obras por todo o lado, arranjavam-se passeios, limpavam-se paredes dos "graffiti", construíam-se à toa novas ciclovias, colocavam-se nos prédios grandes cartazes "Obra a Obra..." Em período pré-eleitoral todas as promessas foram feitas, todos os desígnios seriam satisfeitos.
A bem da propaganda socialista tudo se mobilizou, apesar de se queixarem da falta de dinheiro. As obras do Terreiro do Paço seriam rapidamente finalizadas, o trânsito sairia do caos, pela mão de um novo e experiente vereador, a reabilitação urbana seria acelerada, a Baixa iniciaria um novo ciclo e em breve o seu repovoamento seria visível, pois a casa já estava arrumada e as contas em ordem.
Cem dias passados, a tal meta mítica que revela o espírito, a capacidade e a vontade de quem governa e o que é que o cidadão de Lisboa vê? Uma cidade parada, com os cartazes nos prédios a apodrecer, a desfazerem-se. Nas calçadas, nos passeios vão-se soltando as pedras; as ruas não são limpas nem com um décimo da frequência de antes das eleições - vale a chuva; o trânsito, cada vez mais caótico, não sofreu a mínima alteração ou melhoria. Lisboa parou.
Apesar disso, António Costa faz o milagre de gastar mais dinheiro que todos os seus antecessores. Não apresenta contas, atrasa o orçamento, não responde nem à assembleia municipal, onde quase não aparece, nem aos vereadores da oposição, segue o seu rumo numa direcção que só ele sabe. Como é possível manter o trânsito na Baixa no estado actual? Sacrificam-se milhares de pessoas todos os dias sem razão, só por teimosia, o que, além de incompetência, revela um absoluto desprezo pelos lisboetas. As alterações feitas na zona ribeirinha atingem toda a cidade: para fugir ao inferno da zona Cais do Sodré-Santa Apolónia, o trânsito tenta inventar fugas pelo interior da cidade.
Porque é que o presidente da câmara obriga os passageiros que desembarcam na Estação Sul e Sueste e querem apanhar um táxi ou um autocarro a percorrer mais de 100 metros com bagagens, à chuva, ao vento ou ao calor?
Porque será que o presidente da câmara, no mínimo, não diminui a carga dos transportes públicos na Rua do Arsenal, Terreiro do Paço, Rua da Alfândega, aumentado duas vias junto ao rio e dedicando uma dessas faixas para transportes públicos, no sentido nascente-poente? Porque será que pelo menos não prevêem abrir as laterais do Terreiro do Paço aos transportes públicos? Que dizer das 2500 bicicletas que este executivo quer pôr a circular pela cidade com 250 estações, onde serão levantadas. Em 2009, a CML avaliava esta operação em 50 milhões de euros.
Nos jardins de Lisboa, abatem-se árvores centenárias, fazem-se alterações à revelia das freguesias e dos cidadãos, negam-se os estudos de avaliação ambiental para todos os novos projectos de urbanização ou loteamento, retira-se mais uns milhares de metros quadrados à serra de Monsanto. O(i)rresponsável por este pelouro tem demonstrado a mesma criatividade que quando estava na oposição e batia em tudo o que mexesse, mas agora fazendo o pior. António Costa que tem apenas um olhar para a Câmara de Lisboa e toda a atenção virada para o PS e o Governo, vem demonstrando dia-a-dia que não tem mesmo vocação para presidente da câmara.
(*) Vereador do PSD na Câmara de Lisboa
(in «Público»).
Antes Lisboa fervilhava de actividade: viam-se obras por todo o lado, arranjavam-se passeios, limpavam-se paredes dos "graffiti", construíam-se à toa novas ciclovias, colocavam-se nos prédios grandes cartazes "Obra a Obra..." Em período pré-eleitoral todas as promessas foram feitas, todos os desígnios seriam satisfeitos.
A bem da propaganda socialista tudo se mobilizou, apesar de se queixarem da falta de dinheiro. As obras do Terreiro do Paço seriam rapidamente finalizadas, o trânsito sairia do caos, pela mão de um novo e experiente vereador, a reabilitação urbana seria acelerada, a Baixa iniciaria um novo ciclo e em breve o seu repovoamento seria visível, pois a casa já estava arrumada e as contas em ordem.
Cem dias passados, a tal meta mítica que revela o espírito, a capacidade e a vontade de quem governa e o que é que o cidadão de Lisboa vê? Uma cidade parada, com os cartazes nos prédios a apodrecer, a desfazerem-se. Nas calçadas, nos passeios vão-se soltando as pedras; as ruas não são limpas nem com um décimo da frequência de antes das eleições - vale a chuva; o trânsito, cada vez mais caótico, não sofreu a mínima alteração ou melhoria. Lisboa parou.
Apesar disso, António Costa faz o milagre de gastar mais dinheiro que todos os seus antecessores. Não apresenta contas, atrasa o orçamento, não responde nem à assembleia municipal, onde quase não aparece, nem aos vereadores da oposição, segue o seu rumo numa direcção que só ele sabe. Como é possível manter o trânsito na Baixa no estado actual? Sacrificam-se milhares de pessoas todos os dias sem razão, só por teimosia, o que, além de incompetência, revela um absoluto desprezo pelos lisboetas. As alterações feitas na zona ribeirinha atingem toda a cidade: para fugir ao inferno da zona Cais do Sodré-Santa Apolónia, o trânsito tenta inventar fugas pelo interior da cidade.
Porque é que o presidente da câmara obriga os passageiros que desembarcam na Estação Sul e Sueste e querem apanhar um táxi ou um autocarro a percorrer mais de 100 metros com bagagens, à chuva, ao vento ou ao calor?
Porque será que o presidente da câmara, no mínimo, não diminui a carga dos transportes públicos na Rua do Arsenal, Terreiro do Paço, Rua da Alfândega, aumentado duas vias junto ao rio e dedicando uma dessas faixas para transportes públicos, no sentido nascente-poente? Porque será que pelo menos não prevêem abrir as laterais do Terreiro do Paço aos transportes públicos? Que dizer das 2500 bicicletas que este executivo quer pôr a circular pela cidade com 250 estações, onde serão levantadas. Em 2009, a CML avaliava esta operação em 50 milhões de euros.
Nos jardins de Lisboa, abatem-se árvores centenárias, fazem-se alterações à revelia das freguesias e dos cidadãos, negam-se os estudos de avaliação ambiental para todos os novos projectos de urbanização ou loteamento, retira-se mais uns milhares de metros quadrados à serra de Monsanto. O(i)rresponsável por este pelouro tem demonstrado a mesma criatividade que quando estava na oposição e batia em tudo o que mexesse, mas agora fazendo o pior. António Costa que tem apenas um olhar para a Câmara de Lisboa e toda a atenção virada para o PS e o Governo, vem demonstrando dia-a-dia que não tem mesmo vocação para presidente da câmara.
(*) Vereador do PSD na Câmara de Lisboa
(in «Público»).
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