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Câmara responsabiliza lojistas pelas infiltrações
Comerciantes indignados com explicações avançadas por vereador das Obras Municipais
Câmara responsabiliza lojistas pelas infiltrações
Comerciantes indignados com explicações avançadas por vereador das Obras Municipais
As maiores infiltrações nas lojas da Rua do Carmo devem-se, segundo a Câmara de Lisboa, a obras que os lojistas foram fazendo ao longo dos anos e que danificaram o sistema de drenagem dos edifícios. Estes recusam assumir culpas e mostram-se indignados.
Nunes da Silva, vereador das Obras Municipais, afirmou, em declarações à agência Lusa, que as obras de demolição nos terraços do Carmo apenas "puseram a nu" problemas que já existiam.
"Quando se fizeram as montras e as lojas se alteraram e, nalguns casos, danificaram-se de forma irremediável os tubos de queda de canalização das águas pluviais, o que fez com que a água que se avolumava nos terraços do Carmo passasse agora para as montras das lojas", explicou.
Nunes da Silva lembrou que algumas lojas atingiram tal profundidade que ultrapassaram o limite da muralha e "estão por baixo das ruínas do Convento".
O vereador disse ainda que na zona entre o que era o edifício antigo e os novos prolongamentos o material é diferente, a carga nas abóbadas é diferente e, nessa zona de junção, há fissuras que resultam da diferença do material, de pequenos tremores de terra ou de pequenas cedências dos terrenos.
"Um disparate completo"
Carlos Carvalho, da Luvaria Ulisses, recusa-se a aceitar as conclusões preliminares do relatório municipal. "Isso é um disparate completo. Não tem nada a ver", responde o lojista, acrescentando ao JN que a luvaria tem intactas as instalações de origem e que não foi alterada, o mesmo acontecendo com outros estabelecimentos.
"Nunca alterámos nada. Recusamos em absoluto tais conclusões", refere, por sua vez, Maria Leonor Alvim, da Joalharia do Carmo, lembrando que, sempre que se "mexe" na zona, há problemas. Recorda que, durante as obras do metropolitano entrou pela loja dentro uma das estacas de suporte do Convento. Mário Gouveia, da loja de vestuário Carmus, garante que nunca prolongou a loja. "A única obra que fiz foi devido às perfurações do metro. Sofremos danos e estivemos encerrados ano e meio. Nada foi alterado. A loja foi impermeabilizada e foi à minha custa e não do senhorio (Câmara de Lisboa). Agora tenho água na fachada e na montra e ninguém assume responsabilidades", queixa-se.
Na loja Ana Salazar, Luís Aranha confessa-se "chocado" e admite mesmo avançar com um processo judicial, caso seja este o sentido final do relatório. Salienta ainda que as obras de prolongamento da loja já têm 30 anos e que foram feitas com autorização da Câmara (senhorio) e fiscalizadas.
"É inaceitável", afirma, sem rodeios, acrescentando que defende a realização de uma auditoria por uma entidade independente.
Revela que, logo após o arranque das obras, pediu à Câmara que solicitasse a intervenção do Laboratório Nacional de Engenharia Civil, mas diz que nada foi feito. Critica ainda a postura que a Autarquia tem tido. "Furou fachadas e colocou andaimes sem pedir autorização".
(in «Jornal de Notícias»).
Nunes da Silva, vereador das Obras Municipais, afirmou, em declarações à agência Lusa, que as obras de demolição nos terraços do Carmo apenas "puseram a nu" problemas que já existiam.
"Quando se fizeram as montras e as lojas se alteraram e, nalguns casos, danificaram-se de forma irremediável os tubos de queda de canalização das águas pluviais, o que fez com que a água que se avolumava nos terraços do Carmo passasse agora para as montras das lojas", explicou.
Nunes da Silva lembrou que algumas lojas atingiram tal profundidade que ultrapassaram o limite da muralha e "estão por baixo das ruínas do Convento".
O vereador disse ainda que na zona entre o que era o edifício antigo e os novos prolongamentos o material é diferente, a carga nas abóbadas é diferente e, nessa zona de junção, há fissuras que resultam da diferença do material, de pequenos tremores de terra ou de pequenas cedências dos terrenos.
"Um disparate completo"
Carlos Carvalho, da Luvaria Ulisses, recusa-se a aceitar as conclusões preliminares do relatório municipal. "Isso é um disparate completo. Não tem nada a ver", responde o lojista, acrescentando ao JN que a luvaria tem intactas as instalações de origem e que não foi alterada, o mesmo acontecendo com outros estabelecimentos.
"Nunca alterámos nada. Recusamos em absoluto tais conclusões", refere, por sua vez, Maria Leonor Alvim, da Joalharia do Carmo, lembrando que, sempre que se "mexe" na zona, há problemas. Recorda que, durante as obras do metropolitano entrou pela loja dentro uma das estacas de suporte do Convento. Mário Gouveia, da loja de vestuário Carmus, garante que nunca prolongou a loja. "A única obra que fiz foi devido às perfurações do metro. Sofremos danos e estivemos encerrados ano e meio. Nada foi alterado. A loja foi impermeabilizada e foi à minha custa e não do senhorio (Câmara de Lisboa). Agora tenho água na fachada e na montra e ninguém assume responsabilidades", queixa-se.
Na loja Ana Salazar, Luís Aranha confessa-se "chocado" e admite mesmo avançar com um processo judicial, caso seja este o sentido final do relatório. Salienta ainda que as obras de prolongamento da loja já têm 30 anos e que foram feitas com autorização da Câmara (senhorio) e fiscalizadas.
"É inaceitável", afirma, sem rodeios, acrescentando que defende a realização de uma auditoria por uma entidade independente.
Revela que, logo após o arranque das obras, pediu à Câmara que solicitasse a intervenção do Laboratório Nacional de Engenharia Civil, mas diz que nada foi feito. Critica ainda a postura que a Autarquia tem tido. "Furou fachadas e colocou andaimes sem pedir autorização".
(in «Jornal de Notícias»).
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