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Contestação sobe no Príncipe Real
Grupo de cidadãos criticou abate de árvores
Grupo de cidadãos criticou abate de árvores
Várias dezenas de pessoas juntaram-se, ontem, domingo,de manhã, no Príncipe Real, em Lisboa, e manifestaram indignação pelo estado do jardim.
Das 62 árvores marcadas para abate, 49 já foram cortadas. Ainda estão 13 por abater. A situação está a revoltar alguns cidadãos.
"Lutamos para que essas árvores não sejam abatidas a não ser que haja uma comprovadamente perigo para a segurança pública", afirmou Rui Pedro Lérias, um biólogo que integra o grupo Amigos do Príncipe Real, e que ontem de manhã juntou várias dezenas de pessoas para uma visita guiada ao jardim onde estão a decorrer obras polémicas. A mobilização partiu do blog "cidadanialx".
O biólogo foi quem mais falou perante uma assistência atenta à sua assinalável capacidade de orador e às informações que transmitia sobre cada uma das espécies de árvores do jardim. Rui Pedro Lérias foi, também, bastante crítico em relação à forma como a autarquia está a conduzir a intervenção no jardim.
"Defendemos que apesar de não ser obrigatório teria sido interessante ter sido feito um estudo de impacto ambiental antes de se avançar com o abate de tantas árvores", disse.
Sublinhou ainda que "as árvores não estão aqui como quadros numa parede e têm uma função para além da sua estética: elas filtram o ar da poluição, são uma barreira sonora, são habitat para aves e para morcegos que também são importantes porque comem os mosquitos". "De repente", continuou, "o habitat destes seres desapareceu".
O grupo de Amigos do Príncipe Real teceu também críticas à medida anunciada pelo vereador Sá Fernandes que promete a plantação de novas árvores no local. "Vão ser árvores que até já podem ter dois ou três metros mas que vão demorar 20 anos até cumprirem as mesmas funções que estas cumpriam", observou Rui Pedro Lérias.
Outro factor bastante criticado tem a ver com a descaracterização do espaço: "O jardim está a tornar-se transparente", acusa o biólogo, temendo que ali suceda " o que se passou no miradouro de São Pedro de Alcântara que era um jardim e foi transformado num terreiro".
Perante a indignação dos cidadãos, o responsável teceu duras críticas ao caso específico de uma palmeira que recentemente "foi considerada estar desalinhada com as outras três" e, como tal, foi transferida para uns metros ao lado. "Em pleno Inverno, tentaram transplantar a palmeira que, claro, acabou por morrer rapidamente", relatou, acusando os serviços camarários de incompetência: "Nunca se transplantam palmeiras no Inverno!".
Dúvidas sobre pareceres
Entretanto, o advogado Tiago Taron, também dos Amigos do Príncipe Real, manifestou grandes desconfianças sobre as questões procedimentais do arranque das obras. "Sabemos que quando a obra começou não havia um único parecer de aprovação da Autoridade Florestal Nacional e do Igespar - foi dito que havia mas foi mentira", acusou. "Se foi usada a mentira no exercício do cargo público eu não vou desistir enquanto não mostrar a evidência que isso aconteceu", rematou.
Das 62 árvores marcadas para abate, 49 já foram cortadas. Ainda estão 13 por abater. A situação está a revoltar alguns cidadãos.
"Lutamos para que essas árvores não sejam abatidas a não ser que haja uma comprovadamente perigo para a segurança pública", afirmou Rui Pedro Lérias, um biólogo que integra o grupo Amigos do Príncipe Real, e que ontem de manhã juntou várias dezenas de pessoas para uma visita guiada ao jardim onde estão a decorrer obras polémicas. A mobilização partiu do blog "cidadanialx".
O biólogo foi quem mais falou perante uma assistência atenta à sua assinalável capacidade de orador e às informações que transmitia sobre cada uma das espécies de árvores do jardim. Rui Pedro Lérias foi, também, bastante crítico em relação à forma como a autarquia está a conduzir a intervenção no jardim.
"Defendemos que apesar de não ser obrigatório teria sido interessante ter sido feito um estudo de impacto ambiental antes de se avançar com o abate de tantas árvores", disse.
Sublinhou ainda que "as árvores não estão aqui como quadros numa parede e têm uma função para além da sua estética: elas filtram o ar da poluição, são uma barreira sonora, são habitat para aves e para morcegos que também são importantes porque comem os mosquitos". "De repente", continuou, "o habitat destes seres desapareceu".
O grupo de Amigos do Príncipe Real teceu também críticas à medida anunciada pelo vereador Sá Fernandes que promete a plantação de novas árvores no local. "Vão ser árvores que até já podem ter dois ou três metros mas que vão demorar 20 anos até cumprirem as mesmas funções que estas cumpriam", observou Rui Pedro Lérias.
Outro factor bastante criticado tem a ver com a descaracterização do espaço: "O jardim está a tornar-se transparente", acusa o biólogo, temendo que ali suceda " o que se passou no miradouro de São Pedro de Alcântara que era um jardim e foi transformado num terreiro".
Perante a indignação dos cidadãos, o responsável teceu duras críticas ao caso específico de uma palmeira que recentemente "foi considerada estar desalinhada com as outras três" e, como tal, foi transferida para uns metros ao lado. "Em pleno Inverno, tentaram transplantar a palmeira que, claro, acabou por morrer rapidamente", relatou, acusando os serviços camarários de incompetência: "Nunca se transplantam palmeiras no Inverno!".
Dúvidas sobre pareceres
Entretanto, o advogado Tiago Taron, também dos Amigos do Príncipe Real, manifestou grandes desconfianças sobre as questões procedimentais do arranque das obras. "Sabemos que quando a obra começou não havia um único parecer de aprovação da Autoridade Florestal Nacional e do Igespar - foi dito que havia mas foi mentira", acusou. "Se foi usada a mentira no exercício do cargo público eu não vou desistir enquanto não mostrar a evidência que isso aconteceu", rematou.
(in «Jornal de Notícias»).
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