quarta-feira, 10 de fevereiro de 2010

Cem dias de nova CML: o nosso depoimento.




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Contactado pelo jornal «Público» para fazer um balanço de 100 dias da governação de António Costa, aqui vai o nosso depoimento na íntegra, com um agradecimento à jornalista Ana Henriques:
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O que poderemos dizer dos primeiros 100 dias de António Costa à frente da CML? Em primeiro lugar, que não são os primeiros. António Costa já era presidente da CML, pelo que não tem sequer a «desculpa» de ter chegado a um novo lugar. Em segundo lugar, António Costa não tem direito a qualquer «estado de graça». Ele e a sua equipa conheciam já a Casa - que, de resto, não arrumaram. Em terceiro lugar, nestes 100 dias não foi perceptível qualquer mudança no sentido de uma resolução estruturada dos problemas da capital: degradação do parque habitacional, mau estado do espaço público, aceleração do processo de destruição do património cultural. Que tivemos nestes 100 dias? As trapalhadas do Red Bull Air Race e dos casamentos de Santo António. O que não tivemos? Medidas visíveis de reabilitação urbana, de reparação de pequenos danos (onde estão as «brigadas rápidas»?), de recuperação do património, de limpeza urbana, de combate à praga dos «grafitti». A construção da Igreja do Restelo, de Troufa Real, e a destruição do Jardim do Príncipe Real são as duas realidades mais emblemáticas da acção da CML, da sua impotência (num caso) e da sua prepotência (no outro caso). Pensamos que o que aconteceu no Jardim Príncipe Real é particularmente grave, pelo que revela de desinformação dos cidadãos e de desprezo pelo espaço público. O balanço da gestão de António Costa é, pois, extremamente negativo: uma sucessão de «casos» e trapalhadas; uma ausência de ideias capazes de gerar a mudança de que Lisboa precisa. Menos política, mais cidade.
Lisboa SOS

2 comentários:

Gastão de Brito e Silva disse...

E depois apelam a votos...é preciso ter lata...

rui disse...

avaliação totalmente certeira!

A falta de dinheiro desculpará alguma da inacção mas os problemas de Lisboa ultrapassam a questão orçamental. É mais falta de sentido prático para as questões corriqueiras e de visão estratégica para as grandes questões.