quarta-feira, 27 de janeiro de 2010

Promessa de Costa custa 5 milhões.


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Promessa de Costa custa 5 milhões
Presidente da autarquia aumentou salários a 4100 funcionários, mas tinha dito que o faria a 8700.
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Cinco milhões de euros. Foi este o valor que o presidente da Câmara Municipal de Lisboa (CML), António Costa, gastou para cumprir a promessa - feita em período eleitoral - de que iria aumentar os salários e pagar retroactivos a milhares de funcionários municipais. O problema é que neste processo só foram incluídos menos de metade dos 8700 trabalhadores que o director de Recursos Humanos, Rui Pereira, tinha estimado em Outubro.
Contactado pelo DN nesse mesmo mês, Rui Pereira havia estimado que "cerca de 8700 trabalhadores beneficiariam desta disposição". No entanto, nem metade desta previsão veio a cumprir-se. O gabinete da vereadora com o pelouro dos Recursos Humanos, Maria João Azevedo Mendes, explicou ao DN que "após aplicação criteriosa da lei verificou-se que reuniam os requisitos para beneficiar desta proposta 4100 funcionários."
A redução do número de beneficiários desta medida levou ao descontentamento do Sindicato dos Trabalhadores do Município de Lisboa (STML). Daí que o dirigente sindical Delfino Serras defenda que "a promessa feita por António Costa [em carta enviada aos trabalhadores] só foi cumprida parcialmente".
Na contabilização do sindicato, "cerca de duas mil pessoas ficaram injustamente fora desta operação", nas quais se incluem "trabalhadores que foram promovidos em 2009 e trabalhadores com processos disciplinares".
Já a CML responde dizendo que "os trabalhadores que foram promovidos em 2009 (com o consequente impulso salarial), não foram abrangidos pela opção gestionária, nem o poderiam ser à luz de qualquer disposição legal."
A expectativa de aumentos salariais era grande desde que, em Setembro, António Costa enviou uma carta, revelada pelo DN, aos funcionários garantindo que uma "expressiva maioria" dos 10 416 trabalhadores seriam abrangidos por esta alteração salarial.
Na altura, a oposição acusou António Costa de "eleitoralismo" devido ao momento em que os aumentos foram comunicados. Isto é, em período eleitoral.
A carta prometia ainda que a situação seria resolvida "previsivelmente" no mês de Novembro. No entanto, o mesmo só aconteceu a 31 de Dezembro. A CML explica que tal não se deveu a "qualquer atraso, mas apenas um faseamento no processamento". Isto porque, se parte destes aumentos foram aprovados numa deliberação de 2 de Setembro, outra foi apenas viabilizada a 23 de Dezembro.
O STML não considera estas deliberações suficientes e já agendou reuniões com a vereadora Maria João Azevedo Mendes e com o ministro das Finanças.
(in «Diário de Notícias»).

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