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Patriarcado não vai participar no evento das Noivas de Santo António, uma iniciativa que este ano se abre aos casais homossexuais
A Igreja Católica vai deixar de participar nos Casamentos de Santo António, uma iniciativa da autarquia de Lisboa, que este ano permitirá a inscrição de casais homossexuais. Segundo apurou o DN, o Patriarcado de Lisboa já deu indicações para que os matrimónios deixem de se realizar na Sé, como tem acontecido nos últimos anos. Em causa, as recentes alterações legais ao regime do casamento civil e a forma como a iniciativa tem decorrido nos últimos anos.
A decisão foi tomada logo que a discussão política sobre o casamento homossexual começou na opinião pública, garantiu ao DN fonte da diocese, que nega que esta seja uma reacção à notícia de ontem do Público, onde a câmara abriu a possibilidade de os casais homossexuais se candidatarem.
Contactado pelo DN, o cónego Luís Manuel Pereira da Silva, pároco da Sé, disse desconhecer essas orientações formais da diocese. Mas lembrou que está em Roma há algumas semanas e, como tal, não tem acompanhado as posições da Igreja sobre o assunto. Luís Manuel considera, contudo, que a iniciativa das noivas de Santo António tem sido desvirtuada nos últimos anos, com a realização de casamentos civis e até de pessoas de outras religiões. "A minha opinião é que a câmara tem liberdade para tomar esta posição, tal como a Igreja tem liberdade para não pactuar com ela. Não minha perspectiva, não faz qualquer sentido."
O porta-voz oficial do Patriarcado de Lisboa também confirma que a iniciativa tem gerado mal estar e desconforto entre os católicos nos últimos anos. Ao DN, Edgar Clara afirmou que têm chegado à diocese críticas e queixas de católicos em relação à forma como a iniciativa tem sido realizada nos últimos tempos. Mas disse desconhecer a existência de orientações claras para acabar com a colaboração da Igreja nesta cerimónia.
A Câmara Municipal de Lisboa, promotora do evento, já abriu as inscrições para os 16 casais que darão o nó no dia 12 de Junho, e que poderão apresentar a sua candidatura até ao dia 12 de Março. Mas, contactada pelo DN, não quis comentar a decisão da Igreja.
A iniciativa da autarquia, que visa patrocinar a união de noivos da cidade com mais dificuldades financeiras, ainda não começou a ser programada com os patrocinadores. Mas a hipótese de serem casadas pessoas do mesmo sexo está a dividir os apoiantes deste evento.
José Eduardo Sampaio, da Casa do Marquês, empresa que presta o serviço de catering e decoração, ainda não reuniu com a autarquia para definir a cerimónia deste ano. "Mas não temos qualquer objecção. Até já fizemos uma festa de casamento para dois homens que casaram em Madrid", disse ao DN. Também Nuno Tropa, da White Concept, empresa que trabalha a parte gráfica do evento, encara esta alteração como uma "nova oportunidade de negócio, onde se faz o que o cliente quiser".
Opinião bem diferente tem José Ribeiro, responsável da loja Isabel Ribeiro, que patrocina os fatos dos noivos e acompanhantes. "Se isso acontecer, deixaremos de patrocinar este evento, pois considero que é desvirtuar a festa do santo católico. Pessoalmente, não sou contra nem a favor destas uniões. Mas não iremos vestir estes noivos, patrocinando-os, pois não queremos associar-nos a este público. O nosso mercado é outro".
José Ribeiro acredita ainda que esta decisão da câmara irá condicionar a participação de outros patrocinadores.
(in «Diário de Notícias»).
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Patriarcado não vai participar no evento das Noivas de Santo António, uma iniciativa que este ano se abre aos casais homossexuais
A Igreja Católica vai deixar de participar nos Casamentos de Santo António, uma iniciativa da autarquia de Lisboa, que este ano permitirá a inscrição de casais homossexuais. Segundo apurou o DN, o Patriarcado de Lisboa já deu indicações para que os matrimónios deixem de se realizar na Sé, como tem acontecido nos últimos anos. Em causa, as recentes alterações legais ao regime do casamento civil e a forma como a iniciativa tem decorrido nos últimos anos.
A decisão foi tomada logo que a discussão política sobre o casamento homossexual começou na opinião pública, garantiu ao DN fonte da diocese, que nega que esta seja uma reacção à notícia de ontem do Público, onde a câmara abriu a possibilidade de os casais homossexuais se candidatarem.
Contactado pelo DN, o cónego Luís Manuel Pereira da Silva, pároco da Sé, disse desconhecer essas orientações formais da diocese. Mas lembrou que está em Roma há algumas semanas e, como tal, não tem acompanhado as posições da Igreja sobre o assunto. Luís Manuel considera, contudo, que a iniciativa das noivas de Santo António tem sido desvirtuada nos últimos anos, com a realização de casamentos civis e até de pessoas de outras religiões. "A minha opinião é que a câmara tem liberdade para tomar esta posição, tal como a Igreja tem liberdade para não pactuar com ela. Não minha perspectiva, não faz qualquer sentido."
O porta-voz oficial do Patriarcado de Lisboa também confirma que a iniciativa tem gerado mal estar e desconforto entre os católicos nos últimos anos. Ao DN, Edgar Clara afirmou que têm chegado à diocese críticas e queixas de católicos em relação à forma como a iniciativa tem sido realizada nos últimos tempos. Mas disse desconhecer a existência de orientações claras para acabar com a colaboração da Igreja nesta cerimónia.
A Câmara Municipal de Lisboa, promotora do evento, já abriu as inscrições para os 16 casais que darão o nó no dia 12 de Junho, e que poderão apresentar a sua candidatura até ao dia 12 de Março. Mas, contactada pelo DN, não quis comentar a decisão da Igreja.
A iniciativa da autarquia, que visa patrocinar a união de noivos da cidade com mais dificuldades financeiras, ainda não começou a ser programada com os patrocinadores. Mas a hipótese de serem casadas pessoas do mesmo sexo está a dividir os apoiantes deste evento.
José Eduardo Sampaio, da Casa do Marquês, empresa que presta o serviço de catering e decoração, ainda não reuniu com a autarquia para definir a cerimónia deste ano. "Mas não temos qualquer objecção. Até já fizemos uma festa de casamento para dois homens que casaram em Madrid", disse ao DN. Também Nuno Tropa, da White Concept, empresa que trabalha a parte gráfica do evento, encara esta alteração como uma "nova oportunidade de negócio, onde se faz o que o cliente quiser".
Opinião bem diferente tem José Ribeiro, responsável da loja Isabel Ribeiro, que patrocina os fatos dos noivos e acompanhantes. "Se isso acontecer, deixaremos de patrocinar este evento, pois considero que é desvirtuar a festa do santo católico. Pessoalmente, não sou contra nem a favor destas uniões. Mas não iremos vestir estes noivos, patrocinando-os, pois não queremos associar-nos a este público. O nosso mercado é outro".
José Ribeiro acredita ainda que esta decisão da câmara irá condicionar a participação de outros patrocinadores.
(in «Diário de Notícias»).
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