quinta-feira, 26 de novembro de 2009

A «pente fino».



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PSD quer contas da CML passadas a «pente fino»
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A vereação do PSD da Câmara de Lisboa pediu, ontem, quarta-feira, uma auditoria externa ao estado das finanças do município, com o objectivo de se perceber qual o valor do passivo e em que patamar está a capacidade de endividamento.
Imprimir uma tónica de credibilidade e rigor às finanças da Câmara Municipal de Lisboa. Com este objectivo, os vereadores sociais-democratas apresentaram ontem, de uma forma um pouco atabalhoada, na primeira reunião pública do executivo, o pedido de realização de uma auditoria às contas da autarquia. Realçando que em causa não está qualquer desconfiança quanto à legalidade de procedimentos levados a cabo pelo ex-vereador das Finanças, Cardoso da Silva [2007-2009], a intenção do PSD é perceber a dimensão do passivo de fornecedores e ainda o endividamento da Câmara.
Segundo o vereador Gonçalo Reis, que começa a assumir cada vez mais um protagonismo na ausência notória de Pedro Santana Lopes, a "situação financeira complexa" do município exige tal auditoria. "Tratar-se-ia de uma boa prática que não tem antecedentes na Câmara, por outro lado, houve uma série de regularizações que foram feitas no último mandato e que convinha perceber a sua dimensão", explicou o social-democrata, que começou por apresentar tal pedido como uma moção, mas cujo teor configurava uma proposta. Devido à oposição do vereador comunista Ruben Carvalho, a votação da auditoria só será votada na próxima semana.
A proposta do PSD surge após aquele grupo ter pedido, há duas semanas, ao executivo de António Costa que disponibilizasse o ponto de situação financeiro, com os devidos relatórios de gestão de 2009. Para Gonçalo Reis a auditoria poderá ser levada a cabo pelo Tribunal de Contas. "Daria um selo de credibilidade, transparência e rigor", admitiu, frisando que o PSD não pretende "levantar poeira". "É para clarificar", reforçou.
Auspiciando um chumbo, mais que provável, da proposta, Costa não se referiu sequer à mesma. Instando a comentar, não poderia ser mais lacónico: "Tudo isso é completamente despropositado". O JN tentou ouvir a nova vereadora das Finanças, Maria João Mendes, mas sem sucesso.
Refira-se que a Câmara não contrariou qualquer empréstimo bancário no anterior mandato, mas renegociou a dívida a fornecedores (de 115 milhões de euros), colocando o prazo de pagamento em 10 anos. Quando Costa chegou ao poder, com as eleições intercalares de 2007, o montante do passivo aos fornecedores ascendia aos 360 milhões. A gestão condicionada no investimento fez com que em Janeiro de 2009 já estivesse em 155 milhões.
(in «Jornal de Notícias»).

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