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Troufa Real justifica igreja (a)berrante com o queijo limiano.
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Escrever "edifício mais feio de Lisboa" no Google e carregar na tecla Enter. O primeiro resultado é um fórum de arquitectura (www.skyscrapercity.com) onde se listam os maiores erros arquitectónicos da capital. Para encontrar um edifício do arquitecto Troufa Real bastam dez posts. Está lá o prédio de habitação que faz esquina com a Rua Dona Estefânia e a Avenida Duque de Ávila. Dentro de poucos anos, e a avaliar pelas reacções ao projecto da nova igreja do Restelo, Lisboa vai ter mais um item nesta categoria. Ao telefone a partir de Angola, José Deodorato Troufa Real, antigo professor da Faculdade de Arquitectura, comenta assim a polémica: "É por estas razões que o queijo Limiano é tão apreciado." O comentário é propositadamente absurdo, deslocado da realidade e surreal - mas ironicamente coerente com os projectos arquitectónicos que tem vindo a assinar. "Sou um artista e não permito que a minha criatividade seja censurada por ninguém", completou. A igreja desenhada para o Alto do Restelo, destinada a cobrir as necessidades da paróquia de São Francisco Xavier, já foi descrita como "bolo de noiva", "carro alegórico" e "palácio da Barbie" por cidadãos indignados, em blogues e fóruns. O arquitecto Nuno Teotónio Pereira fala em "aberração" e pede que a Câmara de Lisboa pare a obra. Para Diogo Lino Pimentel, arquitecto do patriarcado encarregado de analisar as novas igrejas, o projecto de Troufa Real "dá muito nas vistas". "Estou há sete anos em Angola e nunca ninguém quis saber de mim. Agora, por causa de uma igreja andam todos a querer falar", atira Troufa Real durante o telefonema que interrompeu um passeio. O arquitecto português que em 1996 sugeriu a criação de uma nova capital em Angola, "Angólia", está naquele país a liderar uma série de projectos de renovação do centro de Luanda. Entre eles está um edifício de 32 andares."Isto está muito desenvolvido, que é que você pensa?!", comenta quando sugerimos uma entrevista para um telefone fixo, depois de o arquitecto se mostrar intimidado com a factura do roaming. "Cabines? Em Luanda já não há disso!" A opção videoconferência foi lançada por Troufa Real, que rapidamente voltou atrás na ideia, temendo "o software pirata que se usa em Portugal". Mais pormenores só para os jornalistas que possam viajar até Luanda para falar em pessoa com o responsável por projectos como o Templo Shiva de Santo António dos Cavaleiros. Preços e horários de voo também os tem na ponta da língua. Justificações para a igreja de cinco cores com um minarete de 100 metros de altura, essas ficam reduzidas à frase "é por estas razões que o queijo Limiano é tão apreciado".
(jornal «i»).
1 comentário:
Só quando os Gatos Fedorentos fizerem uma rábula com este tipo é que o povinho vai abrir os olhos...
Apelemos aos Gatos!!!! Talvez com miados e grunhidos se consiga dialogar com o Troufa...
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