segunda-feira, 9 de novembro de 2009

Bairro Azul quer tirar fios das fachadas dos prédios.


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Moradores enviam 'e-mail' à Portugal Telecom para que emaranhados de cabos nas fachadas dos edifícios sejam colocados no interior dos imóveis
No Bairro Azul, em Lisboa, os edifícios são amarelos, cor-de-rosa, verdes, cinzentos e até salmão. Mas o preto é também uma cor dominante em todos os prédios - cabos de instalações telefónicas e de Internet misturam-se perto das janelas, varandas e atravessam as fachadas. Na Rua Ramalho Ortigão, uma das sete artérias daquele bairro, há cabos soltos desde o telhado até ao chão, como uma espécie de corda para trepar, que o vento consegue mover.
Foi por este motivo - "as fachadas dos edifícios, de um bairro classificado recentemente como conjunto de Interesse Municipal, exibir há décadas um emaranhado de fios" - que a Comissão de Moradores decidiu enviar um e- -mail à Portugal Telecom (PT) no dia 27 de Outubro.
"Em concreto, os moradores pretendem que a PT, ao colocar a rede para fibra óptica, evite contribuir com caixas e cabos nas fachadas dos prédios e que inicie um projecto de requalificação urbana em conjunto com a Empresa Portuguesa das Águas de Lisboa (EPAL), explicou Ana Alves de Sousa, da Comissão de Moradores.
O apelo foi apenas feito à PT - embora a comissão considere que possa haver cabos no bairro que pertencem a outras empre-sas - "porque há uns meses uma moradora viu que aquela empresa estava a fazer intervenções no sentido de mudar a rede para fibra óptica e então resolvemos dar o alerta, uma vez que a EPAL está a esburacar as ruas para substituir as condutas de águas. Considerámos que seria uma oportunidade para resolver esta questão dos fios, uma vez que o ideal é que as empresas actuem no bairro em simultâneo para evitar que naquela zona "come- ce uma obra mal acaba outra", acrescentou Ana Alves de Sousa.
A comissão de moradores daquele bairro que ganhou o nome de Azul, porque "antigamente os gradeamentos e as persianas dos edifícios eram daquela cor "pretende que os fios que já não estão a funcionar sejam retirados e que os outros sejam colocados no interior dos edifícios e caso não seja possível fazê-lo se arranje uma calha".
Contactada pelo DN, a Portugal Telecom esclareceu que no que diz respeito aos cabos do seu serviço da empresa naquela bairro, "nos edifícios que têm infra-estruturas de raiz são utilizadas colunas montantes dentro dos edifícios". Em relação aos restantes, a operadora garantiu que vai "procurar adequar da melhor forma os constrangimentos técnicos às solicitações dos moradores".
A comissão considera que as obras em curso são "essenciais", mas quer que sejam feitas todas em simultâneo. Esta vontade foi também expressa à Câmara de Lisboa, via e-mail no dia 6 de Outubro, ao qual aquela entidade respondeu, dois dias depois, consi- derando "uma situação inaceitável" e que dará "especial atenção ao desenvolvimento/coordenação destas acções". No final da semana passada, garantiu ter "agendado reuniões com as empresas concessionárias dos serviços, para a resolução do presente assunto".
"Há anos que acaba uma obra e começa outra , há poeira e barulho. Primeiro foram as do [centro comercial] El Corte Inglés, depois as do metro, e as de requalificação do bairro ", desabafa uma comerciante, Maria Antónia Moura.
(in Diário de Notícias).

1 comentário:

Bic Laranja disse...

A P.T. diz que aceita dialogar. As fachadas são propriedade particular dos condomínios e a P.T. aceita conversar...
Cumpts.