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«Este mês faz três anos que abriu "O Terraço", um bar com vistas estonteantes sobre Lisboa e o Tejo recomendado nos guias turísticos. Nasceu como projecto a prazo e a concessão foi renovada mês a mês, o que explica em parte o carácter informal do espaço e a ausência de investimentos avultados. "A ideia foi criar um bar de praia no meio da cidade", explica Tomás Pereira, um dos quatro sócios fundadores. A enorme plateia foi coberta com uma rede de camuflagem que dá sombra, mas permite a passagem de luz e ar. As condições privilegiadas tornaram esta esplanada tranquila numa das mais procurados pelos estrangeiros, mas não só por eles."Queremos finais de tarde de sonho. Queremos sofás, pufes e espreguiçadeiras", reclama o jornalista Ricardo Santos, impulsionador da iniciativa "Salvem o Terraço no Topo do Mercado do Chão do Loureiro". Há dez dias criou um grupo no Facebook. O seguinte passo foi lançar uma causa, à qual já aderiram 1035 utilizadores da rede social. Não contente com isso, promoveu uma petição que já conta com mais de 200 assinantes. "Nada me move contra a EMEL, mas não quero que um espaço como este, aberto ao público e com vistas fantásticas, se transforme em algo privado", explica.Entretanto surgiram mais duas causas virtuais com 1500 defensores. Em Outubro, a Empresa Municipal de Estacionamento de Lisboa (EMEL) iniciará as obras para transformar o antigo mercado num silo com 204 lugares de estacionamento. O projecto prevê o carregamento de carros eléctricos, elevadores panorâmicos, um supermercado no rés--do-chão e um "espaço melhorado" no topo do edifício. "Não está definido um restaurante de luxo", garante ao i Diogo Homem, director de marketing da EMEL. "O parque de estacionamento estava previsto há anos, mas só agora, com a nova administração, conseguimos reunir as condições para arrancar", explica o responsável. Tomás Pereira reconhece que o contrato acabou e que "não há nada a fazer", mas propõe um "espaço mais abrangente, algo cultural" em substituição do bar onde são servidas caipirinhas, chás e refeições ligeiras.A EMEL promete abrir um concurso para a exploração da açoteia e o empresário não descarta concorrer novamente. "Depende do caderno de encargos." Revela ainda que vai abrir uma esplanada nas Portas do Sol, perto do local onde fundou "O Terraço". "A vista é sobre o Mar da Palha, mas não se vê a Baixa", lamenta Pereira. Ricardo Santos sublinha que "há outros miradouros em Lisboa, mas nenhum foi tão bem aproveitado. Vivemos num país com tendência para fechar as coisas que funcionam", conclui o jornalista» (Jornal «i»).
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Para assinar a petição:
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