sábado, 18 de julho de 2009

Chumbado.


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A tela de publicidade da RENOVA no Rossio recebeu parecer de não aprovação tanto do IGESPAR como da DRCLVT. Esta informação é pública e foi confirmada oficialmente pelo IGESPAR.
A CÂMARA MUNICIPAL DE LISBOA:
Mais uma vez, a tela foi licenciada pela CML (por um período de 3 meses - Maio, Junho e Julho) sem que primeiro tivesse sido efectuado o pedido de autorização ao IGESPAR. Porque razão a CML sistematicamente não acautela os procedimentos previstos na lei? Porque razão a CML só efectuou o pedido um mês depois da tela estar instalada, ou seja, quando o pedido já não faz sentido? É intencional ou pura desorganização dos serviços da CML? Este caso indicia situações preocupantes dentro da Direcção de Ambiente Urbano da CML. O espaço público de Lisboa - em particular o centro histórico - não pode continuar a ser explorado desta maneira pelas grandes marcas e com a cumplicidade da própria CML. Porque razão a tela do Rossio foi licenciada uma vez que nunca poderia receber um parecer positivo do IGESPAR / DRCLVT? Lamentável a Câmara Municipal de Lisboa ter licenciado esta operação de marketing de uma empresa privada apesar de ir contra as boas práticas de gestão de um centro histórico. Desde Maio que temos o Rossio desfigurado com uma mega-tela de publicidade afixada num imóvel classificado, numa zona urbana de relevância nacional e até mundial.
A RENOVA: Condenamos a RENOVA por ter avançado com um projecto desta natureza que óbviamente nunca poderia receber um parecer positivo do organismo do Estado responsável pela salvaguarda do Património classificado. Só quem não conhece a redacção da Lei do Património, ou quem tem pouca ou nenhuma consideração pelos bens culturais classificados, poderia conceber e implementar um campanha de publicidade com este impacto negativo.
Mas os cidadãos tomaram nota desta situação, donde se tiram as seguintes conclusões sobre a RENOVA:
-Desconhece a Lei do Património;-Ignora os pareceres, obrigatórios e vinculativos, do IGESPAR e DRCLVT;
-Explora a cidade histórica e o seu património para fins comerciais;
-Revela insensibilidade aos bens culturais classificados;
-Promove más práticas de marketing e publicidade. Esta mega tela de publicidade, mal disfarçada de «comunicação» da RENOVA, é um atentado ao património classificado, uma ofensa a Lisboa. É uma vergonha que uma marca portuguesa e a CML estejam associadas a uma intervenção que desfigura o património arquitectónico de Lisboa. Seria impossível instalar uma tela de publicidade destas numa praça de igual importância em Paris, Londres, Viena ou Roma. Resta aos cidadãos prevenir que situações como esta se repitam no futuro. Estaremos atentos e não hesitaremos em recorrer a todos os meios legais para proteger e salvaguardar o património classificado. As leis existem para serem cumpridas e não para serem ignoradas ou contornadas.
Fernando Jorge

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