quinta-feira, 25 de junho de 2009

Uma metáfora.




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A Fundação Calouste Gulbenkian é um oásis no meio de uma cidade perdida. Já repararam, por exemplo, que nenhum «grafiter» se atreveu alguma vez a pintar os muros da Fundação? Porquê? Porque os «grafiters» não são estúpidos. Já repararam que o jardim não é devassado, estragado, apesar de ter os muros baixos? Que, durante o dia, as pessoas não deitam papéis no chão?
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Cansada de ser um «modelo», de ser «betinha», a Fundação Gulbenkian decidiu enveredar também pelos caminhos da javardice alfacinha. Vai daí, fez o que todos os lisboetas fazem: pôs a mobília na rua. E nem sequer chamou a camioneta da CML para apanhar os «monstros». O Jardim da Gulbenkian mimetiza agora, numa simbiose perfeita, a atmosfera urbana envolvente. Lisboa não deixou de ser Lisboa. A Gulbenkian é que passou a ser Lisboa. Ainda bem: estávamos fartos daquele asseio tão estrangeirado. Assim, sentimo-nos em casa. Obrigado!
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Trata-se de uma instalação artística. O autor não é particularmente criativo. Na minha rua, há montes de tipos com muito mais jeito para empilharem tralha do que este betinho.
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E o frigorífico? E a arca congeladora? As camas de grades dos putos? O fogão da patroa?
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Enfim, uma tentativa falhada. Bem se vê que o gajo que fez isto não português.
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1 comentário:

Bic Laranja disse...

Ar na canalização também é arte. Pum!
Cumpts.