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1ª - SOMOS CONTRA, porque o Terreiro do Paço está um estaleiro há quase dez anos. Vai continuar um estaleiro até Outubro do ano que vem?
2ª - SOMOS CONTRA, porque se vai fazer uma coisa apenas para estar pronta para o Centenário da República. O que interessa é mostrar «obra».
3ª - SOMOS CONTRA, porque é pouco «republicano» encomendar uma obra desta envergadura no espaço mais emblemático da cidade sem... concurso.
4ª - SOMOS CONTRA, porque o que há a fazer é repor tudo como está e reorientar o orçamento, que a CML diz ser calamitoso, para outras prioridades.
5ª - SOMOS CONTRA, porque o projecto é MAU, é INEXEQUÍVEL. Porque não queremos uma bolacha-gigante nem um heliporto no Cais das Colunas.
6ª - SOMOS CONTRA, porque uma obra destas devia ser precedida de uma ampla discussão, um concurso de ideias, etc. Pelo contrário, foi atribuída pela calada a um arquitecto de nome Bruno Soares. Até isto, ninguém tinha ouvido falar de Bruno Soares... Porquê ele?
7ª - SOMOS CONTRA, porque se isto já é mau no virtual imaginem como será no real. Riscos no chão, numa praça daquelas? Os carros, ficam ou vão? As pesssoas, por onde andarão? Arvoredo, sim ou não? Uma série de questões que TINHAM de ser discutidas.
8ª - SOMOS CONTRA, porque nos sentimos enganados. Primeiro, foi o Metro. Depois, Costa inaugurou, abriu 15 dias e... fechou de novo, alegando que ia ser para breve a reabertura. Agora, pelos vistos, a reabertura só será para... Outubro de 1910. Se isto é republicanismo, regresse El-Rei Dom Carlos I e o seu valido João Franco.
9ª - SOMOS CONTRA, porque aqui há um domínio completo da «fachada», da «política», da «inauguração esplendorosa», pour épater le bourgeois. Este projecto não visa melhorar Lisboa, visa objectivos puramente políticos. Como, aliás, o demonstra o modo como este «dossier» tem sido gerido do princípio ao fim.
10ª - SOMOS CONTRA, porque somos do contra. É uma questão de princípio: já que temos fama de bota-abaixo, vamos a ela. Não queremos, somos contra, reponham tudo como está, metam-se nos vossos Mercedes e vão-se embora. Ainda queremos um dia beijar os que amamos enquanto vemos as gaivotas no Cais das Colunas. Mas não. Cada dia que passa, cada Bruno Soares que se atravessa, é menos um dia que temos para amar frente ao Tejo. Apressem-se com isto, que a gente já não vai para novos.
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