segunda-feira, 29 de junho de 2009

A Árvore dos Segredos.


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Na Rua do Limoeiro, existe uma das mais belas e estranhas árvores de Lisboa. É uma Filotaica Dioica que já tem - dizem - perto de 300 anos. Trezentos anos é muito tempo.
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As minhas filhas não têm 300 anos. Mas, desde que nasceram, gosto de as levar a esta árvore. Chamamos-lhe a «Árvore dos Segredos». Talvez não seja muito respeitador subir a uma árvore de 300 anos. Talvez a magoe e até estrague um bocadinho, talvez. «Probably one hundred years», disse-me um americano que passava pela Árvore dos Segredos. Tive pena dele. Quando esta árvore começou a crescer, ainda não havia Estados Unidos da América.
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À semelhança das minhas filhas, as árvores crescem. As minhas filhas gostam dos recantos nodosos, das formas retorcidas. É lá que escondemos os nossos segredos. Até quando quererão elas vir comigo aqui, contar segredos?
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A árvore cresceu, começou a levantar o passeio. E houve um idiota que se lembrou de arrumar o entulho onde? Nem mais nem menos do que entre as raízes desta árvore tricentenária... Pronto, hoje contei-vos mais esta barbaridade. Mas não contem a ninguém. As Filotaica Dioica são muito ciosas dos seus segredos.
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Rua do Limoeiro.

1 comentário:

odete pinto disse...

Há uns 5 anos escrevi este texto, que enviei por e-mail à CML:

A CALÇADA PORTUGUESA TEM QUE SER CONDIGNAMENTE TRATADA E PRESERVADA COMO VERDADEIRO PATRIMÓNIO NACIONAL
Alguma acção séria tem que ser tomada para que a calçada portuguesa não seja diariamente destruída por viaturas ligeiras, jipes e até veículos pesados. Existirão estudos (LNEC, I.S.T.) sobre a capacidade de carga suportável?

Não seria vantajoso formar mais calceteiros, dando empregos sociais até a beneficiários do rendimento mínimo que assim contribuiriam não só para eles e para a sociedade mas também (como acontece em Espanha), para poderem descontar para as suas reformas evitando assim sobrecarregar as próximas gerações ?
Alguém fiscaliza (a sério) as obras feitas pelas EDP, PT, etc. e, sobretudo, que não seja “deixada” a assinaturazinha no fim da obra – 20 ou 30 pedrinhas atiradas para um canto já de si imundo?
Pergunta: Se quem decide nesta matéria fosse cego, tomaria as mesmas decisões ?
(igualmente aplicável a várias sinalizações verticais e outros obstáculos existentes nos passeios).

Pois aqui, em vez de deixadas num canto qualquer, as pedrinhas sobrantes ficaram alojadas entre as raízes desta fabulosa árvore.