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Já repararam que António Costa ainda não disse que era candidato à CML? E que pouco fala do que vai fazer em Lisboa após as eleições? Cá para mim, está a guardar-se para um cenário pós-eleitoral nas legislativas em que o PS não tenha maioria absoluta. Aí, que é a hipótese mais provável, muitas oportunidades se abrem, muita coisa acontece. Reparem: o Costa é um político desde, pelo menos, os bancos da Faculdade. Nunca foi outra coisa. Nunca fez nada que não isto. É-lhe indiferente estar no Ministério A ou no Ministério B ou na Câmara Municipal de Lisboa ou de Loures (lembram-se quando ele se candidatou a Loures, com a cena do Ferrari e do burro? E quando anunciou vitória para, horas depois, se ver que o PCP tinha mantido a Câmara?). O que interessa é «estar». «Estar» bem posicionado. Isso aconteceu com Sampaio, na CML, acontece agora com Marcos Perestrello. Sabe que vai perder em Oeiras, como Costa perdeu em Loures. Mas é assim, trepando aos poucos, marcando posição atrás de posição, umas vezes ganhando, outras perdendo, que se constrói uma carreira política. Em Oeiras, já vemos a cara de Perestrello nos «outdoors». Aquele que ninguém conhecia, passou a ser conhecido. Depois disso, é só andar, ir à TV, aparecer como comentador, assim se caminha caminhando. Um «outdoor» em Oeiras vale mais do que ser vice-presidente da CMLisboa, onde não fez nada porque nada sabe fazer e a perspectiva é só estar à espreita do próximo sítio para pular. Ele percebia alguma coisa de Lisboa? Ele fez alguma coisa por Lisboa? Digam-me o quê! É essa a perspectiva dos políticos profissionais. Como dizia o Max Weber, há gente que vive para a política, e gente que vive da política. Estes vivem para a política porque vivem da política. Sem ela, não são ninguém. Nada sabem fazer na vida. É por isso que António Costa está à espera.
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