domingo, 26 de abril de 2009

Santo Condestável.


.
A arca que serviu para transportar e guardar as ossadas de D. Nuno Álvares Pereira ainda resiste no quartel da GNR no Largo do Carmo, onde foi recriada a austera cela onde viveu e morreu o Santo Condestável. É com a exposição "Carmo - Do Condestável à Guarda Nacional Republicana", ontem inaugurada que a GNR se associa à canonização do condestável.
Foi Nuno Álvares Pereira quem mandou erigir o Convento do Carmo em 1389. Foi ali que viveu parte da sua vida e onde morreu no primeiro dia de Abril de 1431. O beato foi ainda comandante da primeira Guarda militar de polícia, os Quadrilheiros, criados pelo rei D. Fernando.
A pequena arca, com 80 centímetros de comprimento, 33 de altura e 34 de largura, é datada dos finais do século XIX e serviu para transportar e colocar os restos mortais de D. Nuno Álvares Pereira desde a Igreja do Carmo (actual Museu Arqueológico do Carmo)- ao lado do Convento, onde desde 1803 funciona o quartel-general da guarda, como contou à Lusa o major Nuno Andrade, director do futuro Museu da GNR.
De acordo com o mesmo historiador, esta arca "serviu também para recolher os restos mortais de D. Nuno na altura da sua beatificação, em 1918".
A arca está colocada na cela do Beato Nuno, recriada em 1989 pela GNR, precisamente há 20 anos, "como símbolo" e "em alusão àquele que foi o espaço inicial do fundador do Convento do Carmo, mandado construir após as batalhas de Aljubarrota e Valverde (1385).
"Ele esteve neste local, despojado de tudo, tendo apenas o seu hábito de frade - até a espada doou a Santo Elias, patrono da Ordem do Carmo - e aqui morreu em 1431 na sua pequena cela, apesar de ter tido a companhia, segundo rezam as crónicas, do rei D. João I e do príncipe D. Duarte e de vários elementos da Corte portuguesa", adiantou o major Nuno Andrade.
A pequena cela está instalada à direita de uma das entradas do antigo Convento do Carmo - a chamada "entrada do carro" -, mas provavelmente a sua localização não será a original, como admite o historiador da GNR, um confesso apaixonado pelos segredos do convento e da instituição militar que nasceu ali há mais de 200 anos.
Além da arca, também há mais móveis e objectos, mas que são apenas réplicas oferecidas pela Ordem da Terceira há 20 anos pelo capelão da GNR, "para a recriação do espaço e fazendo alusão à permanência de D. Nuno Álvares Pereira no Convento que mandou construir".
Na cela, além da caixa das ossadas, há um altar, uma cama, um banco, uma tábua de leitura assim como outras réplicas dos seus objectos.
Diário de Notícias.

1 comentário:

F Nando disse...

Independentemente das razões e motivações desta canonização pois é um assunto para mim marginal. Fica sim a minha opinião sobre a visita que ontem fiz e muito sinceramente achei interessante resta mesmo a esperança de que o Quartel do Carmo venha a ser um museu...