domingo, 15 de março de 2009

A Terra Antes do Homem.


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Há gente que gosta de futebol, outros de filmes de Ingmar Bergman. São duas propostas muito aliciantes para passar uma tarde de sábado. Cá o pessoal do Lisboa SOS, além da caça à raposa nos verdes prados de Dorset e da pesca do salmão nos lagos da Escócia, tem esta mania de se meter onde não é chamado. Assim se passa uma tarde de sábado. Desta feita, subimos à encosta que fica por trás da Quinta do Cabrinha, na Avª de Ceuta. Fomos até lá acima ou, se preferirem, até lá abaixo da linha do comboio. Uns moradores do Cabrinha continuam convencidos que somos da Judiciária. De vez em quando, a «Judite» anda por aqui, a controlar o que se passa do outro lado da Avenida, no Casal Ventoso. Depois, o pessoal da droga do Casal vem perguntar a estes pacatos moradores quem eram os senhores que andavam na encosta a observá-los. Por isso, os pacatos moradores tiveram algum receio de falar connosco. E acharam que éramos ou malucos ou da PJ. Ele há gente que não percebe que a caça à raposa anda em crise e salmões na Escócia só nos supermercados... Por isso, tivemos de vir até aqui. Lá em baixo, o pessoal não acreditou em nós. Paciência. Também disseram para termos cuidado. Nós tivemos. Não fomos mordidos por nenhuma raposa. Mas animais bravios, também aqui os há.
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O terreno, inóspito, é um aterro poeirento. Isto é para ficar assim?
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Depois não se admirem do pessoal vazar entulho e lixo nestas faldas de Lisboa.
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Aqui vivem uns amigos do cavalo, que nas horas vagas se entregam à leitura da revista «Caras». Dar de caras com isto é de ficar de cara à banda.
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«A Terra Antes do Homem» é o livro que andam a ler. Realmente, o título não poderia ser mais apropriado ao lugar.
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Roupa estendida nos ramos de uma árvore morta.
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É melhor apressar a reportagem, que as raposas podem regressar à toca. Se isso acontecesse, dizíamos o quê? Que é para um blogue sobre Lisboa? Que perdemos o avião para Edimburgo?
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Fomos ver o local de pernoita. Alucinante.
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Aqui, vive muita gente. Ainda vive, deu para perceber.
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Um cão de peluche, todo esventrado. Provavelmente, vítima de uma raposa mais matreira.
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E o sítio onde gente dorme.
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A imagem não dá bem para perceber. Não, não é fotografia conceptual. É lixo. Colchões esventrados e, no cimo, um biberão de um bebé.
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Isto é Lisboa. Sabia? Conhecia? Já cá tinha vindo? Acha que isto não é consigo? Desculpe, mas não mora em Lisboa? Ai mora? Muito bem. E quem mora aqui, não é consigo? Quem mora aqui não terá pais ou irmãos ou filhos? Não podem um dia ser os seus filhos? Então, pense duas vezes antes de julgar que isto não tem nada a ver consigo.
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