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Estava o macaco posto em sossego, quando saiu da jaula, andou, andou e... chegou a um pavilhão nas Laranjeiras, no Jardim Zoológico.
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Por fora, parecia bem pintado, arranjado.
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O macaco encontrou uma amiga da sua espécie. Fria como uma pedra, ao princípio. E com o queixo já um pouco estragado.
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E deu de caras com uma fonte de recreio, com uns azulejitos algo estragadotes.
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O macaco, que macaco era, não sabia se os azulejos eram antigos. Mas pareceu-lhe que sim.
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«Bonitos azulejos», pensou o macaco.
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«Tudo tão estragado...», o macaco teve pena.
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«Será que os humanos não vêem isto?»
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«Passa aqui tanta gente... Milhares de pessoas, não reparam?»
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E os azulejos continuaram a parecer muito bonitos aos olhos do macaco.
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«Ninguém se queixa? Ninguém pergunta?», pergunta-se o macaco.
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«Mas há dinheiro para construir um novo Museu dos Coches e para isto não há?». Macaco não percebe.
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«O macaco que fotografou isto não é um bom fotógrafo», pensou o macaco.
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Gorilas.
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Orangotangos.
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Chimpanzés.
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O macaco não percebeu porque é que esta menina estava toda mascarrada.
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Também não percebeu porque é que os humanos deixavam uma coisa destas assim.
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E a água?
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Dama com um cãozinho. «Bonito!», murmurou o macaco.
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«Impecábel...», ruminou o macaco para consigo mesmo.
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«Sem nariz... Esta, parece mesmo a minha prima Janira».
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Parece que partiram o brasão de família.
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O macaco começava a ficar triste com o que via.
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Então, questionou-se: O MACACO SOU EU?
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Palácio das Laranjeiras, Jardim Zoológico de Lisboa.
3 comentários:
sabes macaco
bem está tu aí dentro
isto cá fora é uma merda
uns bichos a tomar conta de outros
pior que uma aldeia de macacos
Excelente trabalho.
Xiii...pá... Zé...devias andar mais atento, os Zés fazem falta...
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