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ATENÇÃO: Este «post» pode conter imagens suscpetíveis de ferir a sensibilidade dos leitores. Pedimos ainda desculpa pela sua extensão.
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No Hospital de Santa Maria, um relógio parado no tempo.
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Um corredor singular.
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Numa sala à direita, encontramos esqueletos.
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Um armário cheio de ossos humanos.
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Crânios.
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Um escadote, um guarda-chuva.
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No Hospital de Santa Maria, um relógio parado no tempo.
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Um corredor singular.
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Numa sala à direita, encontramos esqueletos.
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Um armário cheio de ossos humanos.
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Crânios.
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Um escadote, um guarda-chuva.
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Um micro-ondas, uma máquina de café. E, na mesa, um ursinho de louça.
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Uma tábua de engomar.
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Ao fundo, umas portas... Teatro Atómico?!
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É o Teatro Anatómico da Faculdade de Medicina da Universidade de Lisboa.
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A sua jóia da coroa: a cabeça de Diogo Alves.
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Diogo Alves, espanhol nascido em Santa Gertrudes, bispado de Lugo. Veio viver para Lisboa ainda novo, tendo ficado conhecido como o assassino do Aqueduto das Águas Livres já que de 1836 a 1839 perpetrou nesse local vários crimes hediondos, muitos deles (pensa-se) instigado pela sua companheira Gertrudes Maria, de alcunha "a Parreirinha". Foi por fim apanhado pelas autoridades em 1840, na sequência do assassinato de da família de um médico cuja casa assaltara e, por isso, sentenciado à forca.
A história de Diogo Alves, cuja sentença de morte foi aplicada a 19 de Fevereiro em 1841, intrigou os cientistas da então Escola Médico-Cirúrgica de Lisboa. Estes, após o enforcamento do homicida, na tentativa de compreender a origem da sua perfídia, deceparam e estudaram a cabeça de Diogo Alves. Esta encontra-se, ainda hoje, conservada num recipiente de vidro, onde uma solução de formol lhe tem perpetuado a imagem de homem com ar tranquilo - bem contrária ao que realmente foi. Os cientistas nunca terão conseguido explicar o que o levou a adquirir uma chave falsa do Aqueduto das Águas Livres, onde se escondia, para assaltar as pessoas que passavam, atirando-as de seguida do aqueduto, com 65m de altura. Na altura, chegou a pensar-se numa onda de suicídios inexplicáveis, e foram precisas muitas mortes - só numa família registaram-se quatro vítimas - para que se descobrisse que era tudo obra de um criminoso: Diogo Alves.
A cabeça decepada encontra-se actualmente no teatro anatómico da Faculdade de Medicina da Universidade de Lisboa, na sequência da formação de um gabinete de frenologia por José Lourenço da Luz Gomes, que permitiu a conservação do crânio de Diogo Alves juntamente com o de Matos Lobo (considerado por alguns o último sujeito a quem foi aplicada a pena de morte em Portugal algo bastante significativo para a história judicial de Portugal) na antiga escola médico-cirúrgica. A cabeça de Diogo Alves constituiu um dos objectos mais significativos - e sem dúvida mais horríficos - da exposição «Passagens. Cem Peças para o Museu de Medicina», que decorreu no Museu Nacional de Arte Antiga em 2005.
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A história de Diogo Alves, cuja sentença de morte foi aplicada a 19 de Fevereiro em 1841, intrigou os cientistas da então Escola Médico-Cirúrgica de Lisboa. Estes, após o enforcamento do homicida, na tentativa de compreender a origem da sua perfídia, deceparam e estudaram a cabeça de Diogo Alves. Esta encontra-se, ainda hoje, conservada num recipiente de vidro, onde uma solução de formol lhe tem perpetuado a imagem de homem com ar tranquilo - bem contrária ao que realmente foi. Os cientistas nunca terão conseguido explicar o que o levou a adquirir uma chave falsa do Aqueduto das Águas Livres, onde se escondia, para assaltar as pessoas que passavam, atirando-as de seguida do aqueduto, com 65m de altura. Na altura, chegou a pensar-se numa onda de suicídios inexplicáveis, e foram precisas muitas mortes - só numa família registaram-se quatro vítimas - para que se descobrisse que era tudo obra de um criminoso: Diogo Alves.
A cabeça decepada encontra-se actualmente no teatro anatómico da Faculdade de Medicina da Universidade de Lisboa, na sequência da formação de um gabinete de frenologia por José Lourenço da Luz Gomes, que permitiu a conservação do crânio de Diogo Alves juntamente com o de Matos Lobo (considerado por alguns o último sujeito a quem foi aplicada a pena de morte em Portugal algo bastante significativo para a história judicial de Portugal) na antiga escola médico-cirúrgica. A cabeça de Diogo Alves constituiu um dos objectos mais significativos - e sem dúvida mais horríficos - da exposição «Passagens. Cem Peças para o Museu de Medicina», que decorreu no Museu Nacional de Arte Antiga em 2005.
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Fez-se um filme, até:
Os Crimes de Diogo Alves (1911), um filme português de curta-metragem da autoria de João Tavares, a segunda obra de ficção do cinema português.
Estreia a 26 de Abril de 1911 no Salão da Trindade e entra em cartaz na sala O Paraíso de Lisboa a 19 de Maio do mesmo ano.
Dele restam 156 metros, menos de metade da versão original.
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Estreia a 26 de Abril de 1911 no Salão da Trindade e entra em cartaz na sala O Paraíso de Lisboa a 19 de Maio do mesmo ano.
Dele restam 156 metros, menos de metade da versão original.
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Eis-nos no Teatro Anatómico.
Dizia o Jornal de Notícias, em finais do ano transacto:
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O velhinho Teatro Anatómico da Faculdade de Medicina de Lisboa vai entrar em obras profundas, para que os alunos possam voltar a dissecar cadáveres. Quem ali trabalha, não vê a hora de agitar a "casinha dos horrores".
Os pés, mãos, corações, cabeças, fígados, fetos de gémeos ou trigémeos, expostos em frascos de vidro, estão dispostos de forma mais ou menos ordenada no Teatro Anatómico. Não como seria desejado, mas dentro do que é possível. A degradação assim obriga. Há amostras que têm que ficar amontoadas em cantos, a salvo dos buracos do tecto que ameaçam rasgar-se ainda mais.
Os alunos, "aprendizes" de médicos há muito que deixaram de dissecar cadáveres e de ter aulas no emblemático Teatro. Se as obras não forem adiadas novamente, até final do próximo ano, o espaço voltará a palpitar de gente. Após dois concursos vazios, está para breve um acordo que permitirá o arranque da empreitada na Primavera, com um orçamento de mais de 750 mil euros.
"São obras muito especializadas, daí a dificuldade em encontrar empresas interessadas. Só têm paralelo nos institutos de medicina legal. Precisamos de ter novas mesas para autópsias, ar condicionado especial, arcas frigoríficas para guardar material cadavérico, sala de preparação das peças anatómicas, um novo sistema de iluminação", explica ao JN Gonçalves Ferreira, professor e director do Instituto de Anatomia.
As aulas dos futuros médicos são dadas em pequenas salas e com pequenos órgãos, nem sempre humanos. "O Teatro tem um simbolismo e um cariz histórico, mas do ponto de vista da qualidade pedagógica, as obras vão permitir a dissecação de grandes peças, a realização de cursos e de congressos", sublinha.
O responsável garante que pretende que aquele espaço funcione como um "museu funcional", esperando ainda o regresso de muitas peças, que estão catalogadas, mas que se encontram escondidas devido à falta de condições.
A ligação de Gonçalves Ferreira ao Teatro Anatómico vem dos tempos de estudante. "Eram turmas enormes em volta das mesas de autópsia. Os das primeiras filas ficavam sentados em bancos; os segundos, atrás, de pé, e a terceira fila, em cima de bancos, como se fosse um anfiteatro", conta o responsável. "Uma vez, uma colega da fila de trás desmaiou ao olhar o cadáver e parecia uma avalancha...", acrescenta.
Uma importante colecção de fígados (mais de 20) da época do doutoramento de Armando Santos Ferreira, ex-director do Santa Maria e a cabeça de Diogo Alves, o assassino do Aqueduto das Águas Livres, estão entre as relíquias que o Teatro conserva.
O espanhol foi condenado em 1841. A cabeça daquele que terá sido o último condenado à morte em Portugal ficou com os cientistas da Escola Médico-Cirúrgica de Lisboa. Queriam perceber o que levou aquela pérfida mente a cometer tantos crimes. Diogo Alves arranjou uma chave falsa do Aqueduto para ali se esconder. De noite, assaltava e atirava as vítimas de 65 metros de altura.
Os pés, mãos, corações, cabeças, fígados, fetos de gémeos ou trigémeos, expostos em frascos de vidro, estão dispostos de forma mais ou menos ordenada no Teatro Anatómico. Não como seria desejado, mas dentro do que é possível. A degradação assim obriga. Há amostras que têm que ficar amontoadas em cantos, a salvo dos buracos do tecto que ameaçam rasgar-se ainda mais.
Os alunos, "aprendizes" de médicos há muito que deixaram de dissecar cadáveres e de ter aulas no emblemático Teatro. Se as obras não forem adiadas novamente, até final do próximo ano, o espaço voltará a palpitar de gente. Após dois concursos vazios, está para breve um acordo que permitirá o arranque da empreitada na Primavera, com um orçamento de mais de 750 mil euros.
"São obras muito especializadas, daí a dificuldade em encontrar empresas interessadas. Só têm paralelo nos institutos de medicina legal. Precisamos de ter novas mesas para autópsias, ar condicionado especial, arcas frigoríficas para guardar material cadavérico, sala de preparação das peças anatómicas, um novo sistema de iluminação", explica ao JN Gonçalves Ferreira, professor e director do Instituto de Anatomia.
As aulas dos futuros médicos são dadas em pequenas salas e com pequenos órgãos, nem sempre humanos. "O Teatro tem um simbolismo e um cariz histórico, mas do ponto de vista da qualidade pedagógica, as obras vão permitir a dissecação de grandes peças, a realização de cursos e de congressos", sublinha.
O responsável garante que pretende que aquele espaço funcione como um "museu funcional", esperando ainda o regresso de muitas peças, que estão catalogadas, mas que se encontram escondidas devido à falta de condições.
A ligação de Gonçalves Ferreira ao Teatro Anatómico vem dos tempos de estudante. "Eram turmas enormes em volta das mesas de autópsia. Os das primeiras filas ficavam sentados em bancos; os segundos, atrás, de pé, e a terceira fila, em cima de bancos, como se fosse um anfiteatro", conta o responsável. "Uma vez, uma colega da fila de trás desmaiou ao olhar o cadáver e parecia uma avalancha...", acrescenta.
Uma importante colecção de fígados (mais de 20) da época do doutoramento de Armando Santos Ferreira, ex-director do Santa Maria e a cabeça de Diogo Alves, o assassino do Aqueduto das Águas Livres, estão entre as relíquias que o Teatro conserva.
O espanhol foi condenado em 1841. A cabeça daquele que terá sido o último condenado à morte em Portugal ficou com os cientistas da Escola Médico-Cirúrgica de Lisboa. Queriam perceber o que levou aquela pérfida mente a cometer tantos crimes. Diogo Alves arranjou uma chave falsa do Aqueduto para ali se esconder. De noite, assaltava e atirava as vítimas de 65 metros de altura.
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Aqui não há só restos de seres humanos.
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Quando é que se constitui um Museu de História da Medicina, aproveitando inúmeras colecções dispersas?
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As tatuagens em lâminas de pele muito velhinhas.
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Sorridente.
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É favor não abrir as torneiras.
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5 comentários:
Existem por ali peças de canalização raríssimas. Esperemos que alguém tenha a visão de as poupar...in situ!
bom
e agora museus adentro
força aí
mas atenção um coche é um coche
um coxo é um coxo
um presidente da câmara
é um presidente da câmara
lisboa é lisboa
o mundo é o mundo
e depois ?
e depois vamos começar tudo outra vez ?
era uma vez uma cidade
era uma vez um mundo
era uma vez as pessoas
e depois ?
e depois pronto
Bons sonhos!
Na verdade já existe um Museu de Medicina (desde 2005) embora não muita gente desconfie, (http://www.museudemedicina.fm.ul.pt/DesktopDefault.aspx) do qual fazem parte também as peças do teatro anatómico da faculdade de medicina da universidade de Lisboa. O que se passa é que um edifício próprio tarda... E entretanto as peças embora catalogadas, permanecem dispersas pelos vários institutos, laboratórios e clínicas universitárias da faculdade, sendo ocasionalmente emprestadas para uma ou outra exposição. Mas o museu existe. Ainda que maioritariamente em nome.
O teatro já entrou em obras?
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