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O parto.
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Num frasco, a legenda: Sanguinis Dragonis.
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Serpentaria.
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Egas Moniz, Prémio Nobel da Medicina.
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Agora, um intervalo para publicidade:
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A chegada de D. João VI a terras de Vera Cruz, há precisamente 200 anos, não foi, somente, um acontecimento histórico. A presença da corte portuguesa em território brasileiro corresponde a um ponto de viragem na história da medicina. A exposição "Saúde e Medicina em Portugal e no Brasil 200 anos", patente no Museu da Ciência da Universidade de Lisboa, documenta um percurso de dois séculos na "arte de curar".
A mostra poderia começar com o clássico "era uma vez", já que, no mesmo espaço, se cruzam três narrativas: o antes, o durante e o depois da chegada do rei ao Brasil. "D. João VI leva o saber científico europeu que, posteriormente, é confrontado com as práticas indígenas locais", revela a Prof.ª Ana Eiró, directora do museu.
Logo à entrada da exposição, a obra "Colóquio dos simples e drogas e cousas medicinais da Índia", escrita por Garcia da Orta, um médico português do século XVI, descreve, ao longo de 57 capítulos, as características botânicas das plantas medicinais. Este livro, que remonta a 1563, tem a particularidade de ser prefaciado por poeta Luís de Camões, sendo "considerado o primeiro registo impresso do poeta", acrescenta.
Mas a exposição não se fica por aqui. É, ainda, visível um conjunto de peças que retratam as práticas indígenas. "Há uma vitrina de ex-votos [promessas], que se faziam para apelar à cura. Os objectos expostos traduzem as crendices e as devoções usadas para tratar as doenças, antes da chegada da corte", explica Ana Eiró.
Avançando mais uns passos, a exposição conduz-nos ao segundo "módulo histórico", com a apresentação de uma réplica da nau onde o rei embarcou com a corte. Este objecto, cedido pelo Museu da Marinha, partilha o mesmo espaço com uma cadeira sui generis. Aparentemente igual a tantas outras peças de mobiliário, esta cadeira acústica era, à época, o único meio de os súbditos comunicarem com o rei.
Como "D. João VI tinha uma deficiência auditiva, nas extremidades dos braços ocos da cadeira existem duas bocas de leão, através das quais os subordinados falavam", diz a responsável. Na retaguarda desta peça, encontra-se um tubo que o rei colocava no ouvido para perceber o som emitido.
A mostra poderia começar com o clássico "era uma vez", já que, no mesmo espaço, se cruzam três narrativas: o antes, o durante e o depois da chegada do rei ao Brasil. "D. João VI leva o saber científico europeu que, posteriormente, é confrontado com as práticas indígenas locais", revela a Prof.ª Ana Eiró, directora do museu.
Logo à entrada da exposição, a obra "Colóquio dos simples e drogas e cousas medicinais da Índia", escrita por Garcia da Orta, um médico português do século XVI, descreve, ao longo de 57 capítulos, as características botânicas das plantas medicinais. Este livro, que remonta a 1563, tem a particularidade de ser prefaciado por poeta Luís de Camões, sendo "considerado o primeiro registo impresso do poeta", acrescenta.
Mas a exposição não se fica por aqui. É, ainda, visível um conjunto de peças que retratam as práticas indígenas. "Há uma vitrina de ex-votos [promessas], que se faziam para apelar à cura. Os objectos expostos traduzem as crendices e as devoções usadas para tratar as doenças, antes da chegada da corte", explica Ana Eiró.
Avançando mais uns passos, a exposição conduz-nos ao segundo "módulo histórico", com a apresentação de uma réplica da nau onde o rei embarcou com a corte. Este objecto, cedido pelo Museu da Marinha, partilha o mesmo espaço com uma cadeira sui generis. Aparentemente igual a tantas outras peças de mobiliário, esta cadeira acústica era, à época, o único meio de os súbditos comunicarem com o rei.
Como "D. João VI tinha uma deficiência auditiva, nas extremidades dos braços ocos da cadeira existem duas bocas de leão, através das quais os subordinados falavam", diz a responsável. Na retaguarda desta peça, encontra-se um tubo que o rei colocava no ouvido para perceber o som emitido.
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150 peças contam História
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150 peças contam História
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Esta exposição é composta por peças de acervos nacionais e, ainda, alguns objectos de colecções particulares. No total, as 150 peças, distribuídas ao longo de quatro módulos, dão umas "pinceladas" históricas.
No primeiro módulo, os objectos expostos relatam as práticas empíricas e os saberes dos curandeiros até à chegada da corte. Com a estadia do rei em Salvador da Baía, foi criado o primeiro estabelecimento de ensino médico-cirúrgico. Este segundo módulo da exposição centra-se, pois, nos apoios à formação médica, "extraordinariamente dinamizada com a chegada de D. João VI".
Já o terceiro módulo da exposição mostra como a abertura dos portos brasileiros ao comércio exterior obrigou à "adopção de medidas sanitárias para evitar as epidemias". Estamos em meados do século XIX, quando as preocupações com a saúde pública começam a eclodir. No Brasil, "em 1850, é criada a Junta de Higiene Pública, no Brasil". Em Portugal, o actual Instituto Dr. Ricardo Jorge surge em 1899, com o nome de Instituto Central de Higiene.
A mostra dá, ainda, a conhecer o período mais contemporâneo da Medicina, com a exibição de vídeos, que traçam o retrato da epidemiologia em ambos os países. Antes de chegarmos ao século XXI, é possível visualizar um busto de Egas Moniz, um médico português galardoado com o prémio Nobel da Medicina, em 1949. A gravação do seu discurso, aquando da distinção, está disponível em registo áudio.
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Informações úteis:
Museu da Ciência da Universidade de Lisboa, Rua da Escola Politécnica, 56-58, Lisboa
Exposição aberta ao público de terça a sexta, entre as 10 e as 17 horas e sábados e domingos, entre as 11 e as 18 horas.
No primeiro módulo, os objectos expostos relatam as práticas empíricas e os saberes dos curandeiros até à chegada da corte. Com a estadia do rei em Salvador da Baía, foi criado o primeiro estabelecimento de ensino médico-cirúrgico. Este segundo módulo da exposição centra-se, pois, nos apoios à formação médica, "extraordinariamente dinamizada com a chegada de D. João VI".
Já o terceiro módulo da exposição mostra como a abertura dos portos brasileiros ao comércio exterior obrigou à "adopção de medidas sanitárias para evitar as epidemias". Estamos em meados do século XIX, quando as preocupações com a saúde pública começam a eclodir. No Brasil, "em 1850, é criada a Junta de Higiene Pública, no Brasil". Em Portugal, o actual Instituto Dr. Ricardo Jorge surge em 1899, com o nome de Instituto Central de Higiene.
A mostra dá, ainda, a conhecer o período mais contemporâneo da Medicina, com a exibição de vídeos, que traçam o retrato da epidemiologia em ambos os países. Antes de chegarmos ao século XXI, é possível visualizar um busto de Egas Moniz, um médico português galardoado com o prémio Nobel da Medicina, em 1949. A gravação do seu discurso, aquando da distinção, está disponível em registo áudio.
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Informações úteis:
Museu da Ciência da Universidade de Lisboa, Rua da Escola Politécnica, 56-58, Lisboa
Exposição aberta ao público de terça a sexta, entre as 10 e as 17 horas e sábados e domingos, entre as 11 e as 18 horas.
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