terça-feira, 27 de janeiro de 2009

A Cidade de Papel.


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Já aqui falámos na proliferação de «outdoors», cartazes, gigantescos «placards», «mupis» (é assim que se escreve?). A CML vendeu a cidade. Para onde quer que se olhe, publicidade. Lisboa, a publi-cidade.
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Cobrindo prédios devolutos e empenas cegas, os gigantescos cartazes são uma camiuflagem perfeita. Por baixo, a degradação. À vista de todos, cores gritantes e meninas apelativas. Automóveis de marca, refrigerantes que tiram a dor e o desalento da crise.


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Oooppss, de vez em quando há um acidente. Foi no domingo passado, na 24 de Julho/Avª da Índia.
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Um desabamentozito sobre a rede viária. É pena não estarem lá já os contentores, sempre protegiam quem por ali passava.
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Ao que sabemos, não foi noticiado nos jornais. «Ninguém notou / ninguém morou», como dizia a canção do Chico Buarque. Quer acrescentava: «A dor da gente não vem no jornal». Pois não...
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Muitos escaparam à tangente, podia ter morrido gente. Olha, até rimou! (mas o caso não merece brincadeira, meu irmão).
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Nesta solidão pungente, a gente sente que está vivendo noutra cidade. Não é a nossa. Os tigres de papel também sabem arranhar. A alma.
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Chegaram os bombeiros, pessoal!
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1 comentário:

egaspar disse...

Continuam de parabéns pelas vossas denúncias e pelas revelações duma Lisboa que, frequentemente, desconhecemos.

Obrigado, pois, pessoal do Lisboa S.O.S..

Cordiais saudações,

Eduardo Gaspar