As vacas de César.

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Depois da fórmula 1 na Avª da Liberdade, dos globos de luz da TMN na Praça do Comércio e no Marquês, da «privatização» da Praça das Flores e do Jardim da Estrela, dos Jogos da Santa Casa no Rossio, eis que chegaram as vacas à Praça de Espanha.

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Trata-se de uma iniciativa de promoção dos Açores. Se calhar, é o Presidente Carlos César a comemorar o novo Estatuto Político-Administrativo.

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Por nós, até achamos a iniciativa engraçada. Já tivemos a «Cow Parade», não foi? Ao menos, estas são ao vivo.

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E transmitem uma mensagem certeira: Lisboa está mesmo entregue à bicharada.
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Há poucos meses, a Praça de Espanha inundou com umas breves chuvas. Agora, a erva nascente serve de pasto ao gado bovino. Lisboa inteira apascenta muita gente.

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Esta é a Branquinha. Simpática moça. Entradota, algo avacalhada.
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A Cornélia, do concurso da TV, já velhota. E, a seu lado, a querida Cesariana, prima em segundo grau do Senhor Presidente do Governo Regional.

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Agora, só falta mesmo meterem o nosso Alberto João em exposição no Jardim Zoológico. As ilhas é que mandam!

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Ao fundo, o antigo Arco de São Bento, onde se encontram inscritas em letras de chumbo as portentosas trovas de Manuel Alegre. Mais ao perto, em primeiro plano, três exemplares do gado açoriano, alimentado a subsídios europeus e fundos perdidos do Orçamento do Estado.
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A noite cai. Como diria Camões, é hora de recolher os «gados derradeiros». Os que de ervam se alimentam, na castelhana praça, ou os que circulam de faróis acesos, nos corpos ensonados que os levam de regresso a casa?
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