quarta-feira, 19 de novembro de 2008

Há muitas lisboas dentro de Lisboa: Vila Moreno.



Subimos o Beco dos Toucinheiros, a Xabregas. Vila Moreno? Grândola Vila Moreno?



Entrámos.


Espera aí, nós conhecemo-nos... Ele há coincidências... Não, afinal, não era. Nós conhecemos é o irmão gémeo. De verdade, é barbeiro! Este é o António. Simpático, não se queixa. Trabalha na distribiuição da Coca-Cola. Confessa que compreende que a Vila não está na melhor das condições, mas reconhece que a renda de 6 euros mensais que paga ao senhorio também não dá para exigir mais.



O alfabeto dos condomínios.





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Curiosos, os globos dos candeeiros. Modernos.
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Os tanques da roupa. Cada casa tem um. E não podia ser de outro modo: a roupa suja lava-se em casa.
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Há um repórter SOS danadinho por pormenores.
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A Vila é um corredor de casario.
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Aqui, estamos quase a chegar ao fundo.
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Adeus, António!
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Sempre qualquer coisa para consertar ou arranjar. Amigo António.
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A Vila está limpa. Estas coisas têm de ser ditas.
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A Vila Moreno não é um lugar sujo nem degradado.
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É uma fileira de casas, no alto de um monte.
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Esta churrasqueira foi construída com muito cuidado. Na parede, restos de mosaicos. Tudo limpo.
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Algumas portas têm letras e não números.
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Os habitantes, pareceu-nos, são gente pacata, gente de trabalho.
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Uns viverão melhor, outros pior. Mas aqui não há confusões.
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Regressámos à porta.
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António acompanha-nos até à saída. Obrigado!
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