.
O Arquivo Histórico Ultramarino iniciou hoje o seu programa de visitas mensais ao Palácio da Ega, na Calçada da Boa Hora, nº 30.
As visitas realizar-se-ão, sempre que possível, na última segunda-feira de cada mês.
.
Haverá uma visita à hora de almoço, às 13.30h, e outra às 17.30h.
.
.
As visitas serão gratuitas, para todos os públicos.
Não é necessária marcação prévia.
No entanto, se desejar, poderá fazê-lo pelo telefone 213616330 ou ahu@iict.pt.
.
As fotografias dão apenas uma pálida imagem da beleza do Salão Pompeia, um dos tesouros escondidos da capital.
.
.
A sua recuperação é imperiosa.
Todos devemos apoiar o Arquivo Histórico Ultramarino.
.
Os tempos são de crise, mas não haverá um mecenas?
Os mecenas não percebem que, infelizmente, Lisboa não tem muitas coisas como esta?
Não perceberam as potencialidades de um espaço como o Salão Pompeia?
.
.
O leitor já conhecia o Salão Pompeia? Agora, pode conhecê-lo.
.
Pode verificar que a beleza e a necessidade de recuperação andam de mãos dadas nesta sala.
Pode abrir os olhos dos outros para a necessidade de acudirmos ao Salão Pompeia.
Uma vez por mês, às segundas-feiras, este espaço é seu. Duas vezes por dia. Sem pagar nada.
Visite o Palácio da Ega. Agradeça ao Arquivo Histórico Ultramarino.
Porquê?
Porque aqui há História.
Não acredita? Vamos contar. Faça favor, Senhor Professor José Hermano Saraiva. A plateia é sua.
O palácio do Pátio do Saldanha, vulgarmente conhecido por palácio da Ega, onde se encontra instalado o Arquivo Histórico Ultramarino (AHU), constitui um edifício de reconhecido valor artístico e histórico.
O seu núcleo primitivo deve remontar ao século XVI, pois sabe-se que em 1582 já existia a Casa Nobre, podendo ler-se essa data numa curiosa fonte de "embrechados" à entrada do palácio.
.
O edifício encontra-se dividido em três corpos principais: o da entrada cuja fachada dava para um pátio, actualmente um jardim, onde vivem entre outros, alguns exemplares botânicos extra-europeus; o do lado sul, de dois pisos, com uma grande frente sobre o Tejo, dando igualmente para um amplo jardim servido por um grande lago ovalóide; e o do Salão Pompeia, a nascente, continuação do corpo anterior que liga também com um jardim superior.
.
A fachada apresenta três grandes portões, ostentando o portão central o brasão dos Coutinho, Albuquerque e Saldanha.
Do átrio sobe-se ao piso superior por dois amplos lanços de escadaria que apresentam lambrins de azulejos, alguns do século XVII. No andar superior, existe ainda uma grande sala totalmente decorada com painéis de azulejos portugueses de meados do século XVIII, com motivos campestres e de caça.
.
.
No início do século XVIII acrescentou-se o palácio com um enorme salão, designado como Salão Pompeia e é sobretudo neste magnífico salão que reside o interesse artístico do edifício.
.
.
Nele podem admirar-se oito painéis de azulejos holandeses, a azul e branco, do início do século XVIII, representando vistas de cidades portuárias da Europa, como sejam, Constantinopla, Colónia, Londres, Veneza, Hamburgo, Midelburgo, Roterdão e Antuérpia.
O Salão foi classificado em 1950.
Agora, é tempo de o restaurarmos.
Bem, para já os lisboetas podem admirá-lo, uma vez por mês. E não pagam nada por isso!
Durante as Invasões Francesas conheceu este palácio um grande esplendor.
.
O 2º conde da Ega, Aires José Maria de Saldanha, regressado de Espanha, onde ocupara o cargo de Embaixador de Portugal, mandara fazer grandes obras de embelezamento e o palácio era cenário de grandes festas.
O general Junot, amigo da família Saldanha, era frequentador assíduo do palácio, de tal forma que após a expulsão das tropas francesas, os condes da Ega são exilados, vendo-se obrigados a deixar o país.
.
.
Depois de abandonado, o palácio acabou por servir como hospital das tropas anglo-lusas e, posteriormente, de quartel-general do marechal Beresford, a quem acabou por ser doado em 1820 por D. João VI.
.
A exigir algum arranjo. Bem, um grande arranjo. Regressemos à História...
.
Em 1823, a família Saldanha é reabilitada e requer a posse da sua casa senhorial. Depois de longa demanda em tribunal, é-lhe finalmente entregue o palácio, em 1838, mas a situação financeira da família já não lhe permitia a sua manutenção. É vendido e passa por vários proprietários até ser adquirido em 1919 pelo Estado, sendo então levadas a efeito obras de grande vulto para nele se poder instalar o Arquivo Histórico Colonial, criado em 1931. Recebeu, após esta data, obras diversas desenvolvidas no sentido da prestação de serviços arquivísticos, o que não invalida que se mantenham, ainda hoje, fortes reminiscências palatinas: in http://www2.iict.pt/?idc=223&idi=12415
2 comentários:
Boa Noite
Foi graças ao vosso Blog, cuja criação desde já felicito que visitei esta maravilha.
Fui muito bem recebida - são todos extremamente simpáticos e fiquei admirada pelo nível de profissionalismo com que se faz restauro de documentação em Portugal.
Aconselho todos a visitarem o espaço - vale a pena.
Vou tentar uma visita a um dos locais desconhecidos de Lisboa. Vou inscrever-me.
Enviar um comentário