sexta-feira, 24 de outubro de 2008

O Campo é Pequeno.



Campo Pequeno, cenário de faenas épicas, cartéis de luxo e não sei quê.





É bonita a praça, pá.



Contudo...



O que nos chateia é que há sempre um «contudo» nestas cenas.



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Sobra sempre uma pequena aldeiazinha gaulesa, que resiste. Diria o Poeta.
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Não tinham arranjado tudo, com restaurantes e assim tudo impecável?
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Ao fundo, a delicada arquitectura do Hotel Alif.

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Quando vai às compras, à tourada ou jantar já tinha reparado nisto?



Vamos então à nossa habitual sessão de grafitizinhos... É já um clássico Lisboa SOS.







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Nada temos contra o Grupo Desportivo Operário, atenção. Nós gostamos das colectividades!
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Aliás, Lisboa SOS também é uma colectividade. E bem antiga. Três meses...

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Nada temos contra existir aqui um campo de futebol e de jogos, atenção.
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Só não percebemos é...
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... se arranjaram tudo arranjadinho, porque é que deixaram isto de fora?

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Esqueceram-se? Nós lembramos.
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Não quiseram? Nós queremos.
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Houve os habituais problemas? Nós mostramos aqui os «habituais problemas».
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Não havia mais dinheiro? Dinheiro não nos peçam.
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Peçam à Gebalis, por exemplo. Dizem que é uma empresa muito rica.
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Peçam à Experimenta Design um projecto para aqui. Daqueles mesmo «design», ok?
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Peçam uma ajuda à vereadora Ana Sara Brito.

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Falem com o Zé. O Zé faz falta. Falta é penalty. Penalty é golo. O Zé não agarra uma.
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Não têm dinheiro? Vão ao Totta.
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Mas pôr aqui um bocado de relva é assim tão caro? Arrancar as ervas é uma fortuna?
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E, já agora, o pessoal do Grupo Desportivo Operário podia dar uma ajuda. A limpar, por exemplo.
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É que isto não pode ser só dar chutos na bola numa praça tão bonita e acabadinha de arranjar.
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3 comentários:

odete pinto disse...

Deixar assim 'qualquer coisinha' por fazer ou acabar, é assim como uma espécie de Assinatura de qualquer obra em Portugal.

Ana Assis Pacheco disse...

pois é Odete !
deve ser para não nos esquecermos em que parte do planeta estamos !

se por momentos nos abstraírmos...

basta olhar à volta e nunca haverá dúvida: isto é Portugal

FAS disse...

Começa por felicitá-los por esta iniciativa cívica de denúncia do que infelizmente parece que tem passado ao largo da atenção de muitos lisboetas e sobretudo dos seus responsáveis políticos.
Queria no entanto dar-vos uma sugestão, que espero que a entendam como construtiva : sempre que virem um descampado, um bladio, um canteiro - maior ou mais pequeno - reduzido a terra e ervas daninhas, não apresentem como solução ideal meter-lhe "relva". A relva não soluciona nada. A relva é maquilhagem. A relva obriga a custos de manutenção que podem ser inexistentes se a opção for outra. Como não há quem regue a relva, se alguém se lembrar que ela precisa de ser regada para continuar verde a solução é a de rega automática. Ora a rega automática não é mais do que um mega-desperdício de água (potável, porque tanto quanto sei não existe abastecimento diferenciado para regas na cidade de Lisboa). Ou seja, aquilo que parecia uma solução para dar melhor ambiente à cidade transforma-se num crime ambiental de desperdício de água potável. Um jardim, um "espaço verde" não tem -nem deve - ser relva. Com tanto paisagista, tanto designer, tanto arquitecto a trabalhar a preços de mulher-a-dias não há desculpa para que não se crie uma equipa (de estagiários que seja)que durante 6 meses faça um levantamento, outros 6 faça proposta. Tão motivador, tão útil, tão barato! Certamente menos dinheiro do que a Helena Roseta vai gastar em propaganda com o tal pseudo Plano de Habitação...