domingo, 6 de julho de 2008

Telheiro de São Vicente



2 comentários:

Carlos Cardoso Luis disse...

Nasci no Telheiro há 63 anos, donde sai há 50 anos. Continuo de vez em quando a fazer uma visita ao meu Telheiro. Na realidade a degradação é evidente, começando pelo pequeno jardim que fizeram de homenagem ao Tio João da Lucia, que mais parece uma lixeira. Verifico que alguns prédios já foram recuperados e outros se encontram em fase de recuperação.Tenho na cabeça os anos 50 a pobreza e a amizade que existia. A vida que fervilhava em contraste com o abandono actual. O Telheiro merece que cuidem dele.
Carlos Cardoso Luis ( O Carlitos da Maria Emilia )

José Coelho disse...

O Telheiro trás-me recordações de infância, da minha avô Virginia que morava ali, da escola primária que frequentei perto da Feira da Ladra, da pastelaria onde ia com ela lanchar um pastel de nata e uma garrafinha de leite Ucal, o pátio verde do Telheiro onde jogava à bola, aquela subida inclinida que tanto lhe custava subir e as escadas de madeira, os passeios até à Graça, o mercado e o jardim. Nunca mais lá fui desde que a minha avô caiu do último andar, estatelando-se cá em baixo. Tinha eu 18 anos. Estava a dar pão aos pombos no telhado, como sempre fazia, mas dessa vez foi fatal. Ainda hoje os moradores mais antigos se devem lembrar desse dia fatídico. Por isso nunca mais lá voltei. Prefiro lembrar-me do Telheiro de S. Vicente como ele era. Alegre e colorido, com a Feira da Ladra mesmo ali ao lado.