Moradores pedem novo acesso a Santa Apolónia
Passeio demasiado estreito a norte da estação ameaça transeuntes
Cristiano Pereira
Peões são obrigados a caminhar por um passeio estreito ao longo da rua
Os acessos à Estação de Santa Apolónia, em Lisboa, estão a ser contestados por um grupo de cidadãos que pedem uma nova porta lateral de maneira a evitar um percurso perigoso. A solução, dizem, "é simples". A Junta de Freguesia apoia. A Refer não responde.
Em causa está a zona norte da estação que é "propícia a acidentes" por obrigar os utentes a percorrerem 150 metros de uma rua com passeios de largura inferior a 50 centímetros o que é manifestamente insuficiente para garantir quaisquer condições de segurança para os peões.
A acusação é de Basílio Vieira, utente diário da gare, que lançou uma petição para solucionar o problema. A solução, diz, "é bastante simples". Os signatários da petição defendem que deve ser criada uma entrada norte "através do corte do muro da estação, abrindo assim uma entrada directamente para o Cais 1, um local adequado aos passageiros, com acesso facilitado à passagem subterrânea que permite aceder às restantes linhas".
"É simples: é só cortar"
"Não estamos a pedir nada de especial nem difícil de implementar como uma passagem aérea", apontou o cidadão, frisando que "estamos só a dizer que há um muro de um quilómetro e pedimos apenas uma porta nesse muro: é simples, é só cortar".
O lado norte da estação é partilhado pela Rua dos Caminhos de Ferro e pela Rua da Bica do Sapato, sendo que a entrada mais próxima se situa junto à fachada principal da gare.
Ou seja, toda a população que venha da freguesia de Santa Engrácia, e grande parte da oriunda de São Vicente de Fora, é obrigada a caminhar por um local que, como constatou o JN, não oferece segurança. Os passeios são demasiado estreitos, há uma distancia de 250 metros, entre passadeiras e não faltam obstáculos como bocas de incêndio. Para agravar, carros e autocarros passam a velocidades pouco razoáveis.
Os moradores pedem a abertura de uma nova porta precisamente numa zona que evitaria a circulação nesta área.
" No princípio pensava que era só um problema meu", confessou Basílio Vieira ao JN. "Mas depois", prosseguiu, "decidi contar quantas pessoas ali passam; em números redondos são cerca de duas mil por dia, fazem-se as contas e vemos que são mais de meio milhão que ali passam por ano". "Foi aí que reparei que não era um problema só meu", rematou.
Contactado pelo JN, o presidente da Junta de Freguesia de São Vicente de Fora, Vítor Agostinho, disse ter conhecimento deste pedido dos cidadãos e manifestou a sua total concordância.
"Estamos disponíveis para toda a ajuda necessária", afirmou, considerando que abrir uma nova porta "não é nada do outro mundo" e que tal medida seria benéfica para o comércio da gare e para a circulação não só dos moradores e passageiros dos comboios mas também "para os turistas que ali chegam nos cruzeiros".
O autarca manifestou ainda esperança em que a Refer aceda ao desejo dos utentes.
O JN tentou insistentemente contactar a Refer a propósito da situação, mas não obteve qualquer resposta aos pedidos efectuados nesse sentido.
(in Jornal de Notícias).
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