sábado, 28 de fevereiro de 2009

O Areeiro está sempre a abrir!


Contrastes.


Bairro Alto.

Sempre a abrir.


Bairro Alto.

Muita fixe.


Bairro Alto.

O talho do Zé.


Campo Grande.

Esta cena tá muita nice toda.


Calhariz.

Os cotas já nem ligam.


Calhariz.

Dá uma ganda pica.


Calhariz.

É muita louco.


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Calhariz.

É bué da fixe.


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Calhariz.

Pó quê?


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Estátua de Luís de Camões. Largo Luís de Camões, Chiado.

A estocada final.



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Vejam as imagens da RAVE sobre a nova ponte. Têm mais fiabilidade do que as outras? Porquê? Não sabemos. Mas vejam: http://www.rave.pt/tabid/355/Default.aspx

sexta-feira, 27 de fevereiro de 2009

No tempo dos marceneiros.


Ilustração de uma marcenaria na Alemanha, 1568
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Marcenaria na Rua do Norte, n.º 61.
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Os marceneiros já quase desapareceram do Bairro Alto. O bairro era conhecido pelas suas casas de antiguidades e decoração onde se adquiriam peças de mobiliário antigo que depois eram ali mesmo restauradas pelos artesãos que mantinham o ofício. Havia muitos, hoje não há quase nenhuns. Foi no tempo do restaurante “A Baiuca”, na Rua da Barroca, onde a Júlia mandava na cozinha e se reuniam os nomes da moda e os nomes de uma Lisboa diferente que começava a aparecer. As casas típicas de fado e do folclore dominavam a noite. Era tímida a presença de estranhos no bairro. O Pedro Guimarães tinha loja na Travessa da Queimada no n.º 48. Entretanto, partiu para o Porto e a casa foi adquirida pelo António Castro, que nela abriu a galeria de arte "Leo", a qual foi inaugurada com uma controversa exposição do pintor Mário Botas. Do outro lado da rua, o Manuel Reis vendia, numa pequena loja, peças escolhidas com o seu bom gosto no estrangeiro. Mais tarde, tomaria conta do Bairro, até se ter mudado para a beira-rio. Enquanto por cá andou, abriu a "Loja da Atalaia" e o "Frágil" com decoração do Pedro Cabrita Reis, com uma enorme hélice, um grande espelho e bancos altos, onde tantas noites se sentou a Manuela Gonçaves, a dona da "Loja Branca", na Praça das Flores. Tantos foram os nomes, hoje esquecidos, que fizeram a história deste bairro nos anos 70, 80 e 90. Durante o dia, passeávamos pela Rua do Carmo, onde Ana Salazar tinha a "Maçã", que vendia roupa adquirida em Londres e que a maioria achava "extravagante". A "Brasileira do Chiado" tinha mais fumos e drogas do que intelectuais e artistas. Na "Leitaria Garrett" e na "Camponesa" reuniam-se alguns músicos e baladeiros da revolução. Passávamos as tardes no "Imperium", junto às escadinhas do ascensor de Santa Justa, onde o Dino e o Rodolfo tomavam um chá, num ambiente que lembrava os filmes de Fellini que víamos no Quarteto. Bebia-se chocolate quente na "Ferrari". Chegou a aparecer lá, com um burro, o maestro Victorino d`Almeida, antes de a "Ferrari" ter sido devastada pelas chamas do incêndio do Chiado. Existia ainda a Pastelaria Marques. A Luísa vivia numas águas furtadas no Largo Luís de Camões. Mais tarde, foi para a Suíça e voltou fotógrafa. Era no Chiado, como já tinha sido no século XIX, que o "glamour" se exibia nos dândis e excêntricos da cidade. À noite, era no Bairro Alto onde tudo terminava. Jantava-se na Baiuca ou no Bota Alta. Mais tarde, apareceu o Pap'Açorda onde o Zé Miranda e o Fernando Fernandes recebiam mais amigos que clientes. Depois havia o “Sr. António”, na Rua Diário de Noticias, nome de uma taberna exígua, com serradura espalhada pelo chão, onde se bebia amêndoa amarga. Ficava em frente ao "Jukebox", do Eduardo e da Zita, conhecido dos "góticos" pelas suas matinés, e que mais tarde daria lugar ao "Tertúlia Bar". Existia também o “Arroz Doce” da D. Alice, comadre do Alfredo, segurança do "Frágil", onde ficaram célebres os “Pontapés na ...”. Para os de maior fôlego, as noites acabavam no "Harrys Bar" da Joaninha a comer um caldo-verde e a ouvir o Ary dos Santos a declamar ou no "Galo", junto à entrada do Parque Mayer. A "Lontra", o "Jamaica" e o "Texas Bar" tornar-se-iam moda só uns anos mais tarde. No tempo dos marceneiros, o Bairro Alto era das putas e dos jornais. Aqui se imprimia a Bola, o Record, a Capital, o Diário de Lisboa, o Diário Popular. As rotativas embalavam as noites. Hoje já cá não há nada disso. Há outras coisas.
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O que o Magalhães não mostra.


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A Escola E B 2 3 Marquesa de Alorna só tem uma retrete para centenas de alunos utilizarem, todas as outras estão partidas. Poucas são as torneiras que funcionam. Os urinóis estão como se podem ver nas imagens. Estes factos parecem não perturbar ninguém. Nem professores, nem pais, nem alunos... A Ministra da Educação esteve na Escola a visitar as obras de melhoramento, pena foi não lhe ter dado uma indisposição, apenas para que tivesse a oportunidade de ver as condições dos alunos nas escolas modelo do ministério que tutela. Não sei se a ideia é os alunos ficarem à espera que acabem as obras. Entretanto o governo vai distribuindo “Magalhães”. Haja vergonha! E a Câmara Municipal de Lisboa ou a Junta de Freguesia não querem saber, nem em ano de eleições? Já nada me espanta...
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quinta-feira, 26 de fevereiro de 2009

Havia uma cidade e um rio.

Havia uma cidade que não tinha monumentos grandiosos, como Londres ou Roma, museus com quadros famosos, como Madrid ou Paris. Não era grande nem cosmopolita. Para animação cultural e outras coisas, havia na Europa cidades muito melhores do que ela. Mas essa cidade tinha uma coisa que mais nenhuma capital europeia tinha: o estuário de um rio que mais parecia um mar. A vista era deslumbrante. O rio era a alma daquela cidade, aquilo que a tornava única. O Manzanares, o Tamisa, o Sena eram todos muito pequenos, ridículos até, quando comparados com um Tejo assim:


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Mas decidiram fazer uma ponte...

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A cidade ficou assim. Acha que ficou bem? Acha que valeu a pena? Vai aceitar isto, sem fazer nada? Não pensa nos seus filhos ou netos? Não pensa em si?
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Era assim a cidade e o rio.
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Ficou assim.
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Para quê: mais carros, melhores acessos? Vale tudo, quando tudo se vai perder? Há um ponto no rio em que olhamos para o horizonte e quer nos viremos para nascente, quer para poente, só vemos uma linha no azul. Como se o mar tanto pudesse estar de um lado ou do outro. Como se a cidade não acabasse nunca. Esse horizonte dúplice vai ser destruído. A ponte vai «afundar» a cidade exactamente na zona-chave, no momento crucial em que o rio se abre e adquire grandeza e imensidão de perspectivas. Com o afundamento do rio, afundam-se também as suas margens e o que nela existe. O Panteão, São Vicente, o Castelo, o casario de Alfama, enfim, todo o recorte de Lisboa vai desaparecer. Isso não aconteceu com nenhuma das outras pontes. É preciso perceber isso. Antes que seja tarde. Esta não é uma questão de «impacto visual», para usar o jargão tecnocrático. É muito mais do que isso o que está em causa. Está em causa manter-se ou perder-se a característica que, na sua essência mais profunda, marca a personalidade de Lisboa.


Imagens retiradas do estudo realizado pela empresa TIS.

A estocada final: e há quem queira mais!


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A Comunidade Portuária de Lisboa (CPL) está preocupada com uma das recomendações do Estudo de Impacte Ambiental (EIA) para a Terceira Travessia do Tejo. Baixar a altura do tabuleiro da nova ponta para os 42,5 metros. A decisão poderá «matar» os terminais, do Porto de Lisboa, do Beato e do Poço do Bispo. Sem esquecer o terminal de cruzeiros em Santa Apolónia.
Os 42,5 metros recomendados pelo EIA «vão limitar a navegação de navios de maior porte e de gruas, que atingem os 50 metros de altura, para os terminais que ficam a montante de Chelas». A exploração destes terminais pode mesmo ficar inviabilizada.
«O ideal seriam 60 metros», afirma ao PortugalDiário João Carvalho Presidente da CPL, «mas aceitaríamos os 47 metros propostos no projecto que foi avaliado. Com menos que isso será muito complicado».
Mas além dos terminais, a montante de Chelas, também o terminal de cruzeiros previstos para Santa Apolónia pode ser afectado. «Mesmo que passem em altura, uma ponte mais baixa afectará o espaço de manobra, sem dúvida», acrescenta João Carvalho.
A Comunidade Portuária de Lisboa pretende agora «sensibilizar o Governo» já que a RAVE, entidade que desenvolveu os estudos para a nova Travessia do Tejo, não levou em consideração «os alertas que deixámos em duas reuniões».
A ponte 25 de Abril tem 90 metros de altura e a ponte Vasco da Gama tem 47. «A nova ponte fica entre as duas e será a mais baixa». João Carvalho questiona ainda a «boa recepção» por parte do presidente da autarquia de Lisboa, António Costa, quanto à altura da ponte. «Ele não parece estar minimamente interessado em defender o Porto de Lisboa e, em última instância, a cidade», desabafa o presidente da CPL.
João Carvalho não tem dúvidas que cortar o caminho dos navios para os terminais que ficam depois de Chelas, «liquida as hipóteses de crescimento e sobrevivência de parte do porto».
Já em 2007, Joaquim Silva, comandante aposentado da Marinha Portuguesa avançava «o fim do porto de Lisboa» com a nova travessia do Tejo nos termos em que tinha sido proposta pelo executivo de José Sócrates.
O ministro das Obras Públicas afirmou entretanto, que o Governo irá «considerar» as recomendações constantes no EIA e desdramatizou a contestação feita à obras pelos movimentos ecologistas, escreve a Lusa.
«O estudo tem uma série de recomendações para serem consideradas na fase de projecto. Vamos tê-las em atenção», declarou acrescentando em seguida que «o Estado vai mandar avaliar um conjunto de medidas para minimizar o impactos sobre o ruído e sobre a qualidade do ar».

quarta-feira, 25 de fevereiro de 2009

STANDBY


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Entrecampos.

Eu num te disse que te mostraba Lisboa, Bítor?


Parque Eduardo VII.

Ó Nando, o prédio faz uma curba pra dentro ou quê?!


Parque Eduardo VII.

Olhó o gaijo a saltar-lhe pra cima da gaija!


Parque Eduardo VII.

Gaijas com gaijas... em Braga, tu num bês disto!


Parque Eduardo VII.

Bê aquele gaijo além a fazer de cão! Bê, bê o gaijo!


Parque Eduardo VII.

Bítor: isto Lisboa é uma cidade do carago!


Parque Eduardo VII.