Famosos assinam petição para esterilizar animais
por HELDER ROBALO
Objectivo é conseguir que cães e gatos abandonados sejam esterilizados antes de serem dados para adopção em vez de abatidos.
Francisco Balsemão, António Capucho, Edite Estrela, António Serzedelo, Joana Vasconcelos, Marçal Grilo e António Cluny são seis das 200 figuras públicas que subscreveram uma petição a solicitar a organização de uma campanha nacional de esterilização de cães e gatos. O documento será entregue ao ministro da Agricultura, António Mendonça, numa reunião a realizar amanhã à tarde.
Para Margarida Garrido, promotora da petição, "a esterilização é a alternativa ao abate anual de cerca de cem mil animais". O objectivo é que o Ministério da Agricultura, através da Direcção-Geral de Veterinária (DGV), faça uma campanha em detrimento da actual política de abates indiscriminados nos centros de recolha municipais. Até porque a medida "em nada contribuiu para a resolução do problema do abandono, que só se agrava todos os anos devido à sobrepopulação de animais".
Margarida Garrido recorda que "esta campanha surgiu há um ano, no seguimento de um abaixo-assinado em que se pedia aos partidos que incluíssem nos programas de candidatura às autarquias a questão da esterilização". A ideia era que, a nível municipal, se procedesse à esterilização dos cães e gatos abandonados antes de serem dados para adopção. "O problema é que praticamente só obtivemos resultados nas câmaras de Cascais e Oeiras", relembra.
No entender dos subscritores, "a DGV tem de liderar este processo, pois não se pode ficar à espera que sejam as autarquias a fazê-lo", acrescenta Margarida Garrido, explicando o porquê da entrega deste documento no ministério liderado por António Mendonça.
Embora felicite os promotores pela iniciativa, Rita Silva, da SOS Animal, não acredita que vá mudar alguma coisa. Isto porque, diz, o ministério, através da Direcção-Geral de Veterinária, "vai dizer que está tudo bem no terreno e que só é preciso limar algumas arestas".
Mais confiante mostra-se António Serzedelo, presidente da Opus Gay. "Isto tem a ver, também, com uma questão de saúde pública, de limpeza das ruas e da própria saúde dos animais", frisa, salientando que o abandono e abate é "uma violência contra os animais que mais não é do que uma extensão da violência da sociedade".
Frisando que o bom trato e a defesa dos direitos dos animais é também "um índice civilizacional de um país", António Serzedelo lamenta que seja necessário recorrer a "figuras públicas" para conseguir mudar esta lei. "Basta haver consciência pública", adverte.
António Serzedelo é um dos signatários da petição que amanhã é entregue no Ministério da Agricultura pelas 15.00. Ao seu lado estarão ainda Rosa Mota e Helena Freitas, directora do Museu Casa das Histórias Paula Rego.
Confiante no sucesso da iniciativa, Margarida Garrido recorda que "a experiência de outros países europeus permite concluir que só a esterilização dos animais errantes e negligenciados oferece uma solução sustentável". E lembra que até por questões económicas a iniciativa vem em boa altura. É que enquanto o abate custa em média 60 euros por animal, a esterilização ronda os 15 a 20 euros e permite a partilha de espaços entre municípios. "É uma medida de contenção orçamental."
(in Diário de Notícias).
por HELDER ROBALO
Objectivo é conseguir que cães e gatos abandonados sejam esterilizados antes de serem dados para adopção em vez de abatidos.
Francisco Balsemão, António Capucho, Edite Estrela, António Serzedelo, Joana Vasconcelos, Marçal Grilo e António Cluny são seis das 200 figuras públicas que subscreveram uma petição a solicitar a organização de uma campanha nacional de esterilização de cães e gatos. O documento será entregue ao ministro da Agricultura, António Mendonça, numa reunião a realizar amanhã à tarde.
Para Margarida Garrido, promotora da petição, "a esterilização é a alternativa ao abate anual de cerca de cem mil animais". O objectivo é que o Ministério da Agricultura, através da Direcção-Geral de Veterinária (DGV), faça uma campanha em detrimento da actual política de abates indiscriminados nos centros de recolha municipais. Até porque a medida "em nada contribuiu para a resolução do problema do abandono, que só se agrava todos os anos devido à sobrepopulação de animais".
Margarida Garrido recorda que "esta campanha surgiu há um ano, no seguimento de um abaixo-assinado em que se pedia aos partidos que incluíssem nos programas de candidatura às autarquias a questão da esterilização". A ideia era que, a nível municipal, se procedesse à esterilização dos cães e gatos abandonados antes de serem dados para adopção. "O problema é que praticamente só obtivemos resultados nas câmaras de Cascais e Oeiras", relembra.
No entender dos subscritores, "a DGV tem de liderar este processo, pois não se pode ficar à espera que sejam as autarquias a fazê-lo", acrescenta Margarida Garrido, explicando o porquê da entrega deste documento no ministério liderado por António Mendonça.
Embora felicite os promotores pela iniciativa, Rita Silva, da SOS Animal, não acredita que vá mudar alguma coisa. Isto porque, diz, o ministério, através da Direcção-Geral de Veterinária, "vai dizer que está tudo bem no terreno e que só é preciso limar algumas arestas".
Mais confiante mostra-se António Serzedelo, presidente da Opus Gay. "Isto tem a ver, também, com uma questão de saúde pública, de limpeza das ruas e da própria saúde dos animais", frisa, salientando que o abandono e abate é "uma violência contra os animais que mais não é do que uma extensão da violência da sociedade".
Frisando que o bom trato e a defesa dos direitos dos animais é também "um índice civilizacional de um país", António Serzedelo lamenta que seja necessário recorrer a "figuras públicas" para conseguir mudar esta lei. "Basta haver consciência pública", adverte.
António Serzedelo é um dos signatários da petição que amanhã é entregue no Ministério da Agricultura pelas 15.00. Ao seu lado estarão ainda Rosa Mota e Helena Freitas, directora do Museu Casa das Histórias Paula Rego.
Confiante no sucesso da iniciativa, Margarida Garrido recorda que "a experiência de outros países europeus permite concluir que só a esterilização dos animais errantes e negligenciados oferece uma solução sustentável". E lembra que até por questões económicas a iniciativa vem em boa altura. É que enquanto o abate custa em média 60 euros por animal, a esterilização ronda os 15 a 20 euros e permite a partilha de espaços entre municípios. "É uma medida de contenção orçamental."
(in Diário de Notícias).
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