Despesas: Reabilitação do edifício principal custou meio milhão de euros
Ajustes na EPUL custam 1 milhão
As despesas em mudanças da sede da EPUL, empresa municipal há muitos anos deficitária, custaram, só em ajustes directos entre 2009 e 2010, mais de um milhão de euros (1 113 379,28 €).
Por:Paulo Pinto Mascarenhas
A Empresa Pública de Urbanização de Lisboa tem vindo a acumular um passivo que atingia 218 milhões de euros no final do ano passado, segundo o Relatório e Contas de 2009. Em apenas cinco anos, entre 2004 e 2009, o passivo cresceu 47,8 milhões de euros.
A mudança do Edifício Visconde de Alvalade para a Quinta dos Lilases, no Lumiar, explica a maioria dos ajustes directos realizados pela EPUL. Desde demolições a obras de readaptação, vários foram os motivos para recorrer à contratação de serviços sem concurso público, uma prática repetidamente criticada pelo Tribunal de Contas.
Só a execução de obras de "readaptação do pavilhão pré-fabricado na Quinta dos Lilases" custou 84 mil euros. A empreitada mais cara foi porém a reabilitação do edifício principal da sede, orçada em quase meio milhão de euros (485 855,73 €).
Enquanto eram feitas as mudanças para a nova sede poderiam ocorrer assaltos. Solução: recorreu-se uma vez mais ao ajuste directo, com a "aquisição de serviços de vigilância nas instalações da Alameda das Linhas de Torres", num valor total de mais de 135 mil euros. As pequenas e médias obras foram acumulando a restante despesa.
Por exemplo, em "fornecimento e montagem de caixilharia de alumínio no edifício da administração da EPUL" foram quase 60 mil euros (59 295,43 €). O serviço de transporte para mudanças custou mais de 14 mil euros.
Na prática, nestas mudanças a empresa municipal regressou ao edifício-sede, que já era sua propriedade, depois de se ter visto obrigada a sair para escritórios arrendados no Edifício Visconde de Alvalade, em 2003, quando Pedro Santana Lopes ainda era presidente da Câmara Municipal de Lisboa.
Contactada a administração da EPUL, não foi possível obter uma resposta oficial em tempo útil.
UMA EMPRESA SEMPRE POLÉMICA PARA A OPOSIÇÃO
Na reunião pública da Câmara Municipal de hoje, a oposição deverá voltar ao tema da EPUL, um hábito que vem de longe. José Sá Fernandes, hoje vereador do executivo presidido por António Costa, chegou a propor a extinção da empresa municipal ou a sua fusão com a Gebalis, quando estava na oposição. No último mandato como representante do Bloco de Esquerda, Sá Fernandes entrou em polémica com a concelhia de Lisboa do partido de Francisco Louçã por não defender essa fusão, que era um dos pontos do seu programa eleitoral
(in Correio da Manhã).
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