segunda-feira, 27 de setembro de 2010

Back to the Future?





Projectos
Arquitectos propõem uma Lisboa futurista

Um silo alimentar na Praça da Figueira, uma piscina sobre o rio no Terreiro do Paço, hortas nos terraços dos edifícios e prédios feitos de bioplástico. É este o olhar de arquitecto para uma Lisboa "pós-petróleo". As ideias futuristas de uma capital menos dependente do petróleo podem ser vistas na exposição "Post Oil Cities - 2010 Lisboa", patente na sede nacional da Ordem dos Arquitectos.

"Identificámos as carências da Baixa e tentámos resolvê-las. Definimos as nossas propostas nessa base", explicou à Lusa Emmanuel Novo, que em conjunto com o Atelier Data (tutor do projecto) agarrou na Baixa lisboeta de hoje e a transformou.

Neste conjunto de ideias aparece um megassilo alimentar no Terreiro do Paço, onde o leite produzido pelas vacas alinhadas no primeiro piso é bebido no piso térreo pelos visitantes do café. "A ideia era reinventar o conceito do antigo mercado da Praça da Figueira, recuperar a ideia, mas associá-la a um silo de produção alimentar e marcar a relação directa entre produtor e consumidor", explicou André Martins, outro dos arquitectos participantes no projecto. "Pretendíamos que quem habitasse na Baixa pudesse ter aqui todas as infra-estruturas de que precisa, sem ter de se deslocar, o que reduz também as perdas de energia", acrescentou.

Para quem julga que a Lisboa "pós-petróleo" representa uma ruptura com o passado desengane-se. Na Baixa do futuro tudo vai coexistir. Carros, elevadores, eléctricos e teleféricos.

"O estilo de vida das pessoas não mudará de forma abrupta (...). Os carros continuam, mas movidos a outros tipos de energia, e as pessoas continuam a ter conforto, mas com outra tecnologia, com energias produzidas localmente", sublinhou, apontando para uma das imagens que mostram um grupo de painéis solares num terraço.

Painéis fotovoltaicos nos viadutos, hortas municipais em zonas de estacionamento para camiões ou um teleférico na Ponte Vasco da Gama, movido a energia eólica, para reduzir as deslocações pendulares de automóvel. São estas algumas das 40 ideias a espalhar pela cidade em Outubro/Novembro.

(in Diário de Notícias).

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