Quer conhecer a cidade? Alugue um amigo
Por Marisa Soares
No clássico de Lewis Carroll, é o Coelho Branco que guia a pequena Alice pelo "País das Maravilhas", onde esta se deixa ir ao sabor da aventura. Mas, nesta história, a guia é a própria Alice. Em comum com a menina da história, Alice Moura, uma jornalista luso-brasileira de 27 anos, tem pelo menos a curiosidade e a vontade de procurar novas experiências e conhecer outras pessoas. Foi esse o espírito que a levou a criar o portal Rent a local friend, através do qual propõe aos turistas que "aluguem" um "amigo local" para visitar as cidades.
Número de colaboradores já chega aos 33 e continua a crescer, em todo o mundo (Miguel Madeira)
"Ninguém melhor que uma pessoa que mora no local para falar sobre ele. Um amigo mostra a cidade como ela realmente é, não apenas os lugares bonitos que vêm nos roteiros", diz Alice, que já levou a ideia para o Rio de Janeiro, no Brasil, onde se encontra actualmente, e para mais 21 cidades, em 15 países.
A ideia que deu impulso ao projecto surgiu há ano e meio, quando a jornalista estudava em Londres, no meio de um grupo de 80 pessoas de 46 nacionalidades. "Depois de acabar o mestrado, decidi ir visitar os amigos que fiz por lá", recorda. Passou pela Grécia, Austrália e Índia, sempre guiada pelas pessoas que conhecia.
Quando chegou a Lisboa, passou quatro meses a passear de máquina fotográfica em punho. "Via os turistas sempre nos piores lugares da cidade", lembra. Na altura, estava desempregada e por isso resolveu arranjar uma alternativa de emprego, criando um serviço que "guiasse pela mão" os turistas, mostrando-lhes a sua visão da cidade, diferente da que consta dos guias turísticos.
Criou uma página na Internet, os amigos foram passando a palavra - as redes sociais ajudaram - e, quando deu conta, Alice tinha já o projecto montado. Porém, avisa, "não é um trabalho, é um extra". O custo de um serviço de um "amigo local" varia em função da cidade: em Lisboa e no Porto, o preço de um passeio a pé durante um dia (7 horas) e para grupos até três pessoas é de 85 euros. Cada pessoa "extra" paga 25 euros. Para cada local, o preço está definido no site www.rentalocalfriend.com, onde estão também descritas as condições para o "aluguer".
Regras para evitar abusos
Ser bem-disposto, comunicativo, ter um horário flexível, conhecer bem os locais de visita, e sobretudo gostar muito da cidade são os requisitos fundamentais para ser um "amigo local". E as candidaturas aumentam dia após dia. Actualmente, já há 33 pessoas a trabalhar no projecto espalhadas pelo mundo, e todas têm de obedecer a regras básicas, que previnem eventuais problemas no relacionamento com os desconhecidos.
"Não podemos levar as pessoas para locais fechados, mas sim para locais públicos, lojas, eventos, mercados, e nunca para casa", explica Alice, que garante ainda não ter sentido perigo nas voltas que organizou.
Antes da visita, os clientes preenchem um formulário em que descrevem gostos, expectativas, interesses. Depois, tendo em conta o perfil de cada um, o "amigo local" define os lugares a visitar. E desengane-se quem pensa que apenas os jovens querem conhecer o "país das maravilhas" de Alice. "Temos muitas famílias, e pessoas entre os 60 e os 90 anos, que procuram um serviço mais flexível e personalizado", garante a jornalista, sublinhando que, no fim, criam-se muitas vezes verdadeiras amizades.
(in Público).
Por Marisa Soares
No clássico de Lewis Carroll, é o Coelho Branco que guia a pequena Alice pelo "País das Maravilhas", onde esta se deixa ir ao sabor da aventura. Mas, nesta história, a guia é a própria Alice. Em comum com a menina da história, Alice Moura, uma jornalista luso-brasileira de 27 anos, tem pelo menos a curiosidade e a vontade de procurar novas experiências e conhecer outras pessoas. Foi esse o espírito que a levou a criar o portal Rent a local friend, através do qual propõe aos turistas que "aluguem" um "amigo local" para visitar as cidades.
Número de colaboradores já chega aos 33 e continua a crescer, em todo o mundo (Miguel Madeira)
"Ninguém melhor que uma pessoa que mora no local para falar sobre ele. Um amigo mostra a cidade como ela realmente é, não apenas os lugares bonitos que vêm nos roteiros", diz Alice, que já levou a ideia para o Rio de Janeiro, no Brasil, onde se encontra actualmente, e para mais 21 cidades, em 15 países.
A ideia que deu impulso ao projecto surgiu há ano e meio, quando a jornalista estudava em Londres, no meio de um grupo de 80 pessoas de 46 nacionalidades. "Depois de acabar o mestrado, decidi ir visitar os amigos que fiz por lá", recorda. Passou pela Grécia, Austrália e Índia, sempre guiada pelas pessoas que conhecia.
Quando chegou a Lisboa, passou quatro meses a passear de máquina fotográfica em punho. "Via os turistas sempre nos piores lugares da cidade", lembra. Na altura, estava desempregada e por isso resolveu arranjar uma alternativa de emprego, criando um serviço que "guiasse pela mão" os turistas, mostrando-lhes a sua visão da cidade, diferente da que consta dos guias turísticos.
Criou uma página na Internet, os amigos foram passando a palavra - as redes sociais ajudaram - e, quando deu conta, Alice tinha já o projecto montado. Porém, avisa, "não é um trabalho, é um extra". O custo de um serviço de um "amigo local" varia em função da cidade: em Lisboa e no Porto, o preço de um passeio a pé durante um dia (7 horas) e para grupos até três pessoas é de 85 euros. Cada pessoa "extra" paga 25 euros. Para cada local, o preço está definido no site www.rentalocalfriend.com, onde estão também descritas as condições para o "aluguer".
Regras para evitar abusos
Ser bem-disposto, comunicativo, ter um horário flexível, conhecer bem os locais de visita, e sobretudo gostar muito da cidade são os requisitos fundamentais para ser um "amigo local". E as candidaturas aumentam dia após dia. Actualmente, já há 33 pessoas a trabalhar no projecto espalhadas pelo mundo, e todas têm de obedecer a regras básicas, que previnem eventuais problemas no relacionamento com os desconhecidos.
"Não podemos levar as pessoas para locais fechados, mas sim para locais públicos, lojas, eventos, mercados, e nunca para casa", explica Alice, que garante ainda não ter sentido perigo nas voltas que organizou.
Antes da visita, os clientes preenchem um formulário em que descrevem gostos, expectativas, interesses. Depois, tendo em conta o perfil de cada um, o "amigo local" define os lugares a visitar. E desengane-se quem pensa que apenas os jovens querem conhecer o "país das maravilhas" de Alice. "Temos muitas famílias, e pessoas entre os 60 e os 90 anos, que procuram um serviço mais flexível e personalizado", garante a jornalista, sublinhando que, no fim, criam-se muitas vezes verdadeiras amizades.
(in Público).
Sem comentários:
Enviar um comentário