Conselho directivo da fundação reuniu ontem
CCB vai avançar com novo estudo de mercado para construção dos módulos em falta
Por Vanessa Rato
Não foi uma reunião deliberativa, mas foi a reunião em que o novo conselho de direcção da Fundação Centro Cultural de Belém ficou a conhecer a fundo as pastas na mão do presidente do conselho de administração do CCB, António Mega Ferreira. Entre elas os planos de construção dos dois módulos em falta para completar o projecto original dos arquitectos Manuel Salgado e Vittorio Gregotti.
António Mega Ferreira quer completar o projecto original dos arquitectos Manuel Salgado e Vittorio Gregotti (Pedro Cunha)
Depois de adiado o plano no seu primeiro mandato, Mega Ferreira quer avançar agora, no segundo mandato, com o plano e já no segundo trimestre deste ano deverá pedir nova consulta de mercado, uma actualização do estudo económico-financeiro feito há dois anos, quando se considerou não ser o momento para ceder concessões de construção.
O novo estudo "vai condicionar tudo", disse ontem ao PÚBLICO Mega Ferreira. A ideia é que a concessão de construção do módulo 5, a ocupar por um hotel, sirva para pagar a construção do módulo 4, para equipamentos como uma biblioteca e um auditório de 600 lugares.
"A equação faz sentido se o dinheiro libertado pela construção do módulo 5 financiar largamente o módulo de equipamentos. Faz sentido se as condições que encontrarmos no mercado forem ao encontro das nossas expectativas. Não sendo assim, não vamos, naturalmente, endividar-nos", disse também Mega Ferreira.
Apoio consensual
Escusando-se a concretizar qual a sua expectativa financeira, o presidente do conselho de administração do CCB sublinha que a construção do módulo 4 poderia também ajudar a injectar novos fundos no CCB, nomeadamente através das receitas conseguidas com o aluguer do auditório, um espaço de menor dimensão do que o Grande Auditório - 1500 lugares -, mas duas vezes maior do que o Pequeno Auditório - 300 lugares.
No estudo prévio encomendado ao atelier Gregotti o módulo 5 surge como uma estrutura modular decomposta, com reentrâncias para zonas verdes, continuando o Jardim das Oliveiras na frente ribeirinha. O módulo 4 surge retirado em relação à frente de rio.
Também ontem, o ex-ministro da Justiça Álvaro Laborinho Lúcio, porta-voz do conselho de direcção composto ainda pelo investigador João Caraça, as escritoras Lídia Jorge e Clara Ferreira Alves, o advogado Vasco Vieira de Almeida e o economista António Rebelo de Sousa, disse ao PÚBLICO que, na reunião, houve "uma tomada de posição consensual" de "apreço pelo modo como o presidente e o conselho de administração da fundação têm exercido as suas funções". Laborinho Lúcio diz que o conselho de direcção pode agora "ter opiniões mais substantivas" em relação aos grandes temas do CCB, nomeadamente quanto ainda às estratégias de programação e patrocínios e à relação com o Museu Berardo. Mas o ex-ministro sublinha que tanto a construção dos novos módulos quanto a relação com o Museu Berardo "dependem de uma vontade política". "Têm a ver com o Ministério da Cultura e não com o conselho de direcção."
(in Público)
António Mega Ferreira quer completar o projecto original dos arquitectos Manuel Salgado e Vittorio Gregotti (Pedro Cunha)
Depois de adiado o plano no seu primeiro mandato, Mega Ferreira quer avançar agora, no segundo mandato, com o plano e já no segundo trimestre deste ano deverá pedir nova consulta de mercado, uma actualização do estudo económico-financeiro feito há dois anos, quando se considerou não ser o momento para ceder concessões de construção.
O novo estudo "vai condicionar tudo", disse ontem ao PÚBLICO Mega Ferreira. A ideia é que a concessão de construção do módulo 5, a ocupar por um hotel, sirva para pagar a construção do módulo 4, para equipamentos como uma biblioteca e um auditório de 600 lugares.
"A equação faz sentido se o dinheiro libertado pela construção do módulo 5 financiar largamente o módulo de equipamentos. Faz sentido se as condições que encontrarmos no mercado forem ao encontro das nossas expectativas. Não sendo assim, não vamos, naturalmente, endividar-nos", disse também Mega Ferreira.
Apoio consensual
Escusando-se a concretizar qual a sua expectativa financeira, o presidente do conselho de administração do CCB sublinha que a construção do módulo 4 poderia também ajudar a injectar novos fundos no CCB, nomeadamente através das receitas conseguidas com o aluguer do auditório, um espaço de menor dimensão do que o Grande Auditório - 1500 lugares -, mas duas vezes maior do que o Pequeno Auditório - 300 lugares.
No estudo prévio encomendado ao atelier Gregotti o módulo 5 surge como uma estrutura modular decomposta, com reentrâncias para zonas verdes, continuando o Jardim das Oliveiras na frente ribeirinha. O módulo 4 surge retirado em relação à frente de rio.
Também ontem, o ex-ministro da Justiça Álvaro Laborinho Lúcio, porta-voz do conselho de direcção composto ainda pelo investigador João Caraça, as escritoras Lídia Jorge e Clara Ferreira Alves, o advogado Vasco Vieira de Almeida e o economista António Rebelo de Sousa, disse ao PÚBLICO que, na reunião, houve "uma tomada de posição consensual" de "apreço pelo modo como o presidente e o conselho de administração da fundação têm exercido as suas funções". Laborinho Lúcio diz que o conselho de direcção pode agora "ter opiniões mais substantivas" em relação aos grandes temas do CCB, nomeadamente quanto ainda às estratégias de programação e patrocínios e à relação com o Museu Berardo. Mas o ex-ministro sublinha que tanto a construção dos novos módulos quanto a relação com o Museu Berardo "dependem de uma vontade política". "Têm a ver com o Ministério da Cultura e não com o conselho de direcção."
(in Público)
1 comentário:
Gostava de saber a verdadeira razão porque querem construir os módulos em falta, suponho que não seja ao abrigo do estado de necessidade;-)
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