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A apertada cave onde o jazz entrava pela noite dentro vai desaparecer de vez, mas o Hot Clube de Portugal deverá renascer, ainda que provisoriamente, num prédio devoluto da Câmara de Lisboa, também situado na Praça da Alegria.
Sem apoio camarário será preciso recorrer a mecenas para pôr a nova sede a funcionar (Enric Vives-Rubio)
Em declarações ao PÚBLICO, Luís Hilário, programador e director artístico do Hot Clube, revelou que estão "a ultimar o projecto para a nova instalação do clube", depois do incêndio que inutilizou o antigo espaço em Dezembro. A solução provisória para o mais antigo clube de jazz português e um dos mais antigos do mundo será o rés-do-chão de um prédio devoluto próximo da antiga cave, de "construção mais recente do que o do Hot e que terá sido provavelmente uma loja ou armazém", adianta o mesmo responsável, mantendo para já segredo sobre a localização precisa. Luís Hilário acrescenta, por outro lado, que a Câmara de Lisboa informou o Hot Clube de que a sua antiga cave iria ser demolida, conservando-se apenas a fachada do imóvel. O PÚBLICO não conseguiu confirmar esta informação junto da autarquia.A administração do clube aguarda agora a realização de um orçamento para o novo espaço, que precisa de obras. A avaliação está a ser feita por um gabinete de arquitectura e engenharia composto por antigos frequentadores do Hot Clube, que "estão a trabalhar gratuitamente no projecto", vinca Luís Hilário. "Estamos à espera de saber quanto custaria este novo espaço para depois vermos como vamos financiá-lo", adianta. A expectativa do clube é que a Câmara de Lisboa suporte ou contribua, já que o espaço em questão foi um dos propostos pela autarquia numa reunião realizada em Janeiro. Sem a câmara, "teremos de pensar noutras soluções, como uma campanha de angariação de fundos ou procurar mecenas entre as grandes empresas nacionais", conclui.Luís Hilário não tem previsões de quando possa reabrir o clube no novo espaço. "Podemos ter um novo Hot Clube daqui a seis meses ou para o ano", refere. Enquanto não se resolve a situação, o clube escolheu três espaços - o cabaret Maxime, a Fábrica de Braço de Prata e o OndaJazz para realizar três concertos do quarteto Kari Ikonen, a partir de amanhã.Segundo o director artístico, a ideia é que a nova "sede" do Hot Clube na Praça da Alegria seja provisória, visto que a administração recebeu em Janeiro a garantia por parte da autarquia lisboeta de que o antigo edifício será reabilitado e que se irá avançar com a criação de uma Casa do Jazz, onde se reúna o espólio do fundador Luís Villas-Boas. "Este provisório pode é demorar anos", alerta Luís Hilário, "já que a reconstrução do prédio não pode seguir adiante enquanto não for resolvido nos tribunais o caso Bragaparques".Em Janeiro, numa reunião com a administração do Hot Clube, a autarquia prometeu integrar a recuperação do número 39 no Plano de Pormenor do Parque Mayer mas admitiu que, enquanto o litígio judicial com a Bragaparques não for decidido, não fará nenhuma intervenção no espaço. Em 2005, a Assembleia Municipal de Lisboa aprovou a permuta dos terrenos do Parque Mayer (da Bragaparques) por parte dos terrenos camarários da antiga Feira Popular, em Entrecampos. O negócio envolveu ainda a venda em hasta pública do restante espaço da Feira Popular, adquirido também pela Bragaparques. O actual vereador Sá Fernandes denunciou a situação ao Ministério Público, gerando processos nos tribunais que se arrastam até hoje.
Sem apoio camarário será preciso recorrer a mecenas para pôr a nova sede a funcionar (Enric Vives-Rubio)
Em declarações ao PÚBLICO, Luís Hilário, programador e director artístico do Hot Clube, revelou que estão "a ultimar o projecto para a nova instalação do clube", depois do incêndio que inutilizou o antigo espaço em Dezembro. A solução provisória para o mais antigo clube de jazz português e um dos mais antigos do mundo será o rés-do-chão de um prédio devoluto próximo da antiga cave, de "construção mais recente do que o do Hot e que terá sido provavelmente uma loja ou armazém", adianta o mesmo responsável, mantendo para já segredo sobre a localização precisa. Luís Hilário acrescenta, por outro lado, que a Câmara de Lisboa informou o Hot Clube de que a sua antiga cave iria ser demolida, conservando-se apenas a fachada do imóvel. O PÚBLICO não conseguiu confirmar esta informação junto da autarquia.A administração do clube aguarda agora a realização de um orçamento para o novo espaço, que precisa de obras. A avaliação está a ser feita por um gabinete de arquitectura e engenharia composto por antigos frequentadores do Hot Clube, que "estão a trabalhar gratuitamente no projecto", vinca Luís Hilário. "Estamos à espera de saber quanto custaria este novo espaço para depois vermos como vamos financiá-lo", adianta. A expectativa do clube é que a Câmara de Lisboa suporte ou contribua, já que o espaço em questão foi um dos propostos pela autarquia numa reunião realizada em Janeiro. Sem a câmara, "teremos de pensar noutras soluções, como uma campanha de angariação de fundos ou procurar mecenas entre as grandes empresas nacionais", conclui.Luís Hilário não tem previsões de quando possa reabrir o clube no novo espaço. "Podemos ter um novo Hot Clube daqui a seis meses ou para o ano", refere. Enquanto não se resolve a situação, o clube escolheu três espaços - o cabaret Maxime, a Fábrica de Braço de Prata e o OndaJazz para realizar três concertos do quarteto Kari Ikonen, a partir de amanhã.Segundo o director artístico, a ideia é que a nova "sede" do Hot Clube na Praça da Alegria seja provisória, visto que a administração recebeu em Janeiro a garantia por parte da autarquia lisboeta de que o antigo edifício será reabilitado e que se irá avançar com a criação de uma Casa do Jazz, onde se reúna o espólio do fundador Luís Villas-Boas. "Este provisório pode é demorar anos", alerta Luís Hilário, "já que a reconstrução do prédio não pode seguir adiante enquanto não for resolvido nos tribunais o caso Bragaparques".Em Janeiro, numa reunião com a administração do Hot Clube, a autarquia prometeu integrar a recuperação do número 39 no Plano de Pormenor do Parque Mayer mas admitiu que, enquanto o litígio judicial com a Bragaparques não for decidido, não fará nenhuma intervenção no espaço. Em 2005, a Assembleia Municipal de Lisboa aprovou a permuta dos terrenos do Parque Mayer (da Bragaparques) por parte dos terrenos camarários da antiga Feira Popular, em Entrecampos. O negócio envolveu ainda a venda em hasta pública do restante espaço da Feira Popular, adquirido também pela Bragaparques. O actual vereador Sá Fernandes denunciou a situação ao Ministério Público, gerando processos nos tribunais que se arrastam até hoje.
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