sexta-feira, 3 de dezembro de 2010

Columbano.





Exposição
A sociedade portuguesa por Columbano
por MARINA MARQUESHoje


75 obras, algumas nunca expostas em Portugal, para ver no Museu do Chiado


"Acabo de chegar de Paris onde apanhei um famoso banho de arte", escreveu Columbano Bordalo Pinheiro ao conde de Arnoso, a 7 de Novembro de 1900. E foi depois desse "famoso banho de arte" que fez a grande maioria das 75 obras da exposição "Columbano", ontem inaugurada no Museu Nacional de Arte Contemporânea - Museu do Chiado, em Lisboa.

"Momentos de Consagração" é a primeira das sete salas desta mostra, apresentando obras de referência de Columbano, como O Grupo do Leão e Concerto de Amadores, pinturas realizadas ainda no século XIX. Serve de ponte entre esta exposição, com trabalhos realizados entre 1900 e 1929 (data da sua morte), e a apresentada em 2007, também no Museu do Chiado, com obras executadas entre 1874 e 1900.

O segundo núcleo - "No Centro do Retrato" -, com retratos de destacadas figuras da sociedade portuguesa dos primeiros anos do século XX, "regista as transformações mais significativas da nossa sociedade a nível político, social e cultural", destacou Maria de Aires Silveira, comissária da exposição. Aqui se apresenta um largo conjunto de retratos que lhe valeram o reconhecimento público. Apesar da carga mediática em torno do seu trabalho, Columbano, que dirigiu o Museu Nacional de Arte Contemporânea entre 1914 e 1929, não estava satisfeito com os seus muitos retratos de fundo escurecido e, para quebrar essa "monotonia", começa a pintar quadros de senhoras o que, segundo o artista, dariam "uma nota mais alegre" à sua obra. O Retrato de Alda Lino (1910), mulher do arquitecto Raúl Lino, é disso exemplo.

No núcleo seguinte, O Intimismo, 15 pinturas de pequenas dimensão reflectem a actividade interior de Columbano. Destaque para Mulher e Frutos, da colecção do Museu d'Orsay, de Paris, que pela primeira vez é exposto em Portugal, tal como um auto-retrato da Galeria Uffizi, de Florença, e de cinco pinturas do Museu Nacional de Belas-Artes do Rio de Janeiro apresentadas na exposição.

A marcar o arranque das comemorações do centésimo aniversário do Museu do Chiado, a mostra prossegue com "A Expressão da Modernidade", núcleo com retratos nos quais "as fisionomias ganham expressividade e transpõem os limites do realismo", assinala Maria de Aires Silveira.

Auto-retratos, exemplos da pintura decorativa de Columbano, quatro estudos laboratoriais a outras tantas obras do pintor, completam a exposição que pode ser visitada até 27 de Março de 2011.

(in Diário de Notícias).

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