Open Day LX Factory. A fábrica criativa está aberta às ideias comuns
por Mariana de Araújo Barbosa
O antigo parque industrial abre hoje portas para quem quiser ver o que por lá se passa. É o Open Day #5
Projectos de moda, design, publicidade, arte e até de restauração cabem dentro do complexo industrial, em Alcântara Pauliana Pimentel/Kameraphoto 1/1 + fotogalería .Imagine a sensualidade de Marilyn Monroe ou o charme de Frank Sinatra. Está a ver? Pois bem. Agora imagine-se a testemunhar uma performance de alunos da Act (escola de actores). O piano está hoje montado à entrada da escola, em plena LX Factory, para mais um Open Day. Entre as 10h00 e as 6h00, as portas do antigo parque industrial estão abertas a todos.
"A ideia é abrir um espaço que é privado e permitir o acesso do público em geral: é como abrir a casa a várias actividades e partilhar aquilo que se faz cá", conta Luís Matoso, da LX Factory, ao i, acrescentando: "Isto acaba por ser uma aldeia, é como uma junta de freguesia."
O antigo parque industrial construído em 1846 para instalar a Companhia de Fiação e Tecidos Lisbonense foi transformado numa "fábrica de experiências", uma verdadeira "ilha criativa" que junta no mesmo espaço vários negócios distintos ligados a projectos de moda, publicidade, multimédia, arte, arquitectura e música, entre outros. Duas vezes por ano - em Maio e em Novembro -, a LX Factory alarga o horário de funcionamento e abre portas ao público, para dar a conhecer o que fazem os 147 "residentes", divididos pelos 23 mil metros quadrados. Para o dia aberto (Open Day) são preparadas actividades especiais, que dão "ainda mais vida a um local fervilhante por excelência", conta Luís Matoso, acrescentando que apesar dos "conceitos independentes a ideia é mostrar as actividades que aqui se desenvolvem na perspectiva que cada um entende".
Festa familiar
"Este ano decidimos desafiar os alunos a proporem o que queriam fazer. Vamos ter um piano à porta da escola e eles vão tocar, cantar e dançar músicas de todo o género", detalha Elsa Valentim, directora pedagógica da Act, escola de actores. "Sentimo-nos numa espécie de família, em que recebemos muitas visitas de fora", reforça. A ideia de comunhão aplica-se ao primeiro piso. Sob o lema "Open your door", as empresas prepararam juntas uma exposição de novas portas para o dia aberto ao público. "Queremos dar a conhecer o porquê de aqui estarmos", explica ao i Ana Araújo, da Cosmic Chilli, empresa de promoção e organização de eventos responsável pelo Mercado Mundo Mix, com nova edição em Dezembro. "O Open Day funciona para nós como um preview do Mundo Mix, para abrir o apetite", detalha.
Sete das portas em exposição no primeiro piso estão nas mãos de artistas convidados pela empresa, tão variados como a marca de bolos Cupcakes Bazzar, os designers Tosca Lab ou a empresa de materiais ecológicos A Cor do Camaleão. A diversidade é garantida, assegurada pela "competição saudável", garante Ana.
O público do privado
Mas não se pense que todas as intervenções têm prazo de validade. As 14 casas de banho da LX Factory ganham nova decoração que se vai manter para além do Open Day. "Pedimos a 14 artistas para pensarem na dualidade deste espaço, que é privado mas de uso público", esclarece Cristina Bravo, da Puppenhaus, responsável pela acção de Artbuilding sobre o tema "Water Closet", que fala ao i enquanto uma das artistas, Joana Bastos, cola numa das paredes da Sala das Colunas - espaço normalmente usado para festas nocturnas - a frase "A Madame Pipi já não mora aqui".
"Este trabalho é muito conceptual: a artista decidiu usar o trabalho como uma acomodação. Este é um espaço de diversão nocturna, ligado a jovens, a bebidas alcoólicas. É uma maneira de dizer: a casa de banho é pública e a velhota da porta não está, por isso és livre de fazer o que te apetecer", esclarece Cristina Bravo. A Puppenhaus foi uma das associações externas convidadas para participar no Open Day. Outra foi a produtora Endless Dream, que ocupou a Fábrica L, um enorme barracão onde estava sedeada a gráfica Mirandela, que abandonou recentemente o parque de Alcântara.
"Artistas aéreos e actores performativos vão apresentar um espectáculo na rua e depois abrimos portas para alguns excertos do novo espectáculo ''Mimpi'', com estreia marcada para 3 de Dezembro", explica José Silva, da Endless Dream. Depois do espectáculo - que conta com uma equipa de 20 artistas -, há ainda espaço para a animação de quatro DJ, que se prolonga até às 4h00 da manhã.
Uma das novidades do Open Day da LX Factory surge pela mão de um dos mais recentes residentes: o "Move Lab", o primeiro laboratório de entretenimento Sony Computer Entertainment em Portugal, criado para acompanhar o lançamento do novo comando da PlayStation, abre portas nos dias 5 e 6 de Novembro, revelando em primeira mão ao público em geral o novo comando da consola de jogos, até agora reservado a olhares escolhidos a dedo. O projecto "Cowork Lisboa" também tem novidades: a empresa convida jornalistas e outros trabalhadores freelancers a partilharem o espaço de trabalho durante todo o dia. A experiência de coworking fica acessível a quem quiser durante toda a duração do evento.
Em Maio, o primeiro Open Day deste ano, a afluência de visitantes à LX Factory chegou perto das 9 mil pessoas. Luís Matoso não quer adiantar expectativas, mas confessa que é na diversidade que está o segredo. "Há gente de todas as idades. Pais e filhos, famílias inteiras. E até gente mais velha que conhecia a zona ou que vive aqui perto e que já em Maio apareceu a contar histórias antigas, de quando brincavam na antiga fábrica", recorda.
(jornal «i»).
"A ideia é abrir um espaço que é privado e permitir o acesso do público em geral: é como abrir a casa a várias actividades e partilhar aquilo que se faz cá", conta Luís Matoso, da LX Factory, ao i, acrescentando: "Isto acaba por ser uma aldeia, é como uma junta de freguesia."
O antigo parque industrial construído em 1846 para instalar a Companhia de Fiação e Tecidos Lisbonense foi transformado numa "fábrica de experiências", uma verdadeira "ilha criativa" que junta no mesmo espaço vários negócios distintos ligados a projectos de moda, publicidade, multimédia, arte, arquitectura e música, entre outros. Duas vezes por ano - em Maio e em Novembro -, a LX Factory alarga o horário de funcionamento e abre portas ao público, para dar a conhecer o que fazem os 147 "residentes", divididos pelos 23 mil metros quadrados. Para o dia aberto (Open Day) são preparadas actividades especiais, que dão "ainda mais vida a um local fervilhante por excelência", conta Luís Matoso, acrescentando que apesar dos "conceitos independentes a ideia é mostrar as actividades que aqui se desenvolvem na perspectiva que cada um entende".
Festa familiar
"Este ano decidimos desafiar os alunos a proporem o que queriam fazer. Vamos ter um piano à porta da escola e eles vão tocar, cantar e dançar músicas de todo o género", detalha Elsa Valentim, directora pedagógica da Act, escola de actores. "Sentimo-nos numa espécie de família, em que recebemos muitas visitas de fora", reforça. A ideia de comunhão aplica-se ao primeiro piso. Sob o lema "Open your door", as empresas prepararam juntas uma exposição de novas portas para o dia aberto ao público. "Queremos dar a conhecer o porquê de aqui estarmos", explica ao i Ana Araújo, da Cosmic Chilli, empresa de promoção e organização de eventos responsável pelo Mercado Mundo Mix, com nova edição em Dezembro. "O Open Day funciona para nós como um preview do Mundo Mix, para abrir o apetite", detalha.
Sete das portas em exposição no primeiro piso estão nas mãos de artistas convidados pela empresa, tão variados como a marca de bolos Cupcakes Bazzar, os designers Tosca Lab ou a empresa de materiais ecológicos A Cor do Camaleão. A diversidade é garantida, assegurada pela "competição saudável", garante Ana.
O público do privado
Mas não se pense que todas as intervenções têm prazo de validade. As 14 casas de banho da LX Factory ganham nova decoração que se vai manter para além do Open Day. "Pedimos a 14 artistas para pensarem na dualidade deste espaço, que é privado mas de uso público", esclarece Cristina Bravo, da Puppenhaus, responsável pela acção de Artbuilding sobre o tema "Water Closet", que fala ao i enquanto uma das artistas, Joana Bastos, cola numa das paredes da Sala das Colunas - espaço normalmente usado para festas nocturnas - a frase "A Madame Pipi já não mora aqui".
"Este trabalho é muito conceptual: a artista decidiu usar o trabalho como uma acomodação. Este é um espaço de diversão nocturna, ligado a jovens, a bebidas alcoólicas. É uma maneira de dizer: a casa de banho é pública e a velhota da porta não está, por isso és livre de fazer o que te apetecer", esclarece Cristina Bravo. A Puppenhaus foi uma das associações externas convidadas para participar no Open Day. Outra foi a produtora Endless Dream, que ocupou a Fábrica L, um enorme barracão onde estava sedeada a gráfica Mirandela, que abandonou recentemente o parque de Alcântara.
"Artistas aéreos e actores performativos vão apresentar um espectáculo na rua e depois abrimos portas para alguns excertos do novo espectáculo ''Mimpi'', com estreia marcada para 3 de Dezembro", explica José Silva, da Endless Dream. Depois do espectáculo - que conta com uma equipa de 20 artistas -, há ainda espaço para a animação de quatro DJ, que se prolonga até às 4h00 da manhã.
Uma das novidades do Open Day da LX Factory surge pela mão de um dos mais recentes residentes: o "Move Lab", o primeiro laboratório de entretenimento Sony Computer Entertainment em Portugal, criado para acompanhar o lançamento do novo comando da PlayStation, abre portas nos dias 5 e 6 de Novembro, revelando em primeira mão ao público em geral o novo comando da consola de jogos, até agora reservado a olhares escolhidos a dedo. O projecto "Cowork Lisboa" também tem novidades: a empresa convida jornalistas e outros trabalhadores freelancers a partilharem o espaço de trabalho durante todo o dia. A experiência de coworking fica acessível a quem quiser durante toda a duração do evento.
Em Maio, o primeiro Open Day deste ano, a afluência de visitantes à LX Factory chegou perto das 9 mil pessoas. Luís Matoso não quer adiantar expectativas, mas confessa que é na diversidade que está o segredo. "Há gente de todas as idades. Pais e filhos, famílias inteiras. E até gente mais velha que conhecia a zona ou que vive aqui perto e que já em Maio apareceu a contar histórias antigas, de quando brincavam na antiga fábrica", recorda.
(jornal «i»).
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