quarta-feira, 3 de novembro de 2010

Obra a obra, Lisboa... melhora?

Lisboa
Corte de verba obriga a travar obras
por DANIEL LAM

Em 2011 a câmara recebe menos cinco milhões de euros. "Vai ter de fazer menos e mais devagar", diz o autarca


O presidente da Câmara de Lisboa, António Costa, considerou ontem "muito importante" a coligação que fez com os movimentos dos vereadores José Sá Fernandes e Helena Roseta para alcançar uma maioria que permitisse avançar três grandes objectivos: o novo Plano Director Municipal (PDM), a proposta de reforma administrativa da cidade - juntando e reduzindo o número de freguesias - e a proposta de reorganização dos serviços da câmara.

Na apresentação do balanço deste primeiro ano de mandato, António Costa realçou que a câmara "tem uma maioria plural que tem funcionado bem. Ao fim de um ano, cá estamos e não estamos zangados".

O autarca admitiu que "nos primeiros anos de mandato há sempre muito menos obra feita do que nos últimos", salientando que neste período foram elaborados pelo menos seis planos de pormenor e de urbanização, já em fase final para aprovação, que são essenciais à gestão da cidade.

"Fizemos tudo o que estava planeado para este ano", garantiu António Costa. Em 2011 "vamos ter de fazer menos coisas e mais lentamente do que prevíamos, pois, com o novo Orçamento do Estado, vamos receber menos cinco milhões de euros". Por isso, a câmara vai cortar 20% nos subsídios para actividades desportivas, culturais e na área social, revelou.

Quanto à obra feita, o presidente da câmara referiu-se à qualificação do espaço público e dos espaços verdes, como os jardins do Príncipe Real e da Paiva Couceiro.

Realçou o trabalho de identificação dos bairros e zonas de intervenção prioritária e o realojamento de várias dezenas de famílias, nomeadamente da escarpa do Bairro da Liberdade, em risco de ruir, e do parque dos artistas de circo, que ficará livre para ali construir o centro de saúde de Carnide. Realojadas também foram 50 famílias do Corredor da Morte, na zona J de Chelas, que "vai ser demolido e requalificado como espaço urbano", revelou.

A inauguração de três escolas e cinco jardins-de-infância e a candidatura do fado a Património Imaterial da Humanidade também mereceram destaque. Helena Roseta frisou que "era preciso uma maioria para o novo PDM, para a reorganização administrativa da cidade e reestruturação dos serviços da câmara". "Estamos a jogar todos para o mesmo lado, marcando golos nas várias áreas", referiu José Sá Fernandes, justificando que "não se tem feito mais porque a maioria na Assembleia Municipal de Lisboa é da oposição e tem inviabilizado várias propostas".
(in Diário de Notícias).

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