Planos de expansão de transportes em Lisboa suspensos
Metropolitano só avança nos troços em que já foi lançada a obra
Luís Garcia
Todos os projectos de expansão dos transportes públicos em Lisboa que não estão em fase de obra, incluindo o alargamento das redes do metropolitano e da Refer, estão suspensos e vão ser reapreciados, confirmou ontem o secretário de Estado dos Transportes.
"Não há projectos de expansão de investimentos na rede de metro, na rede Refer ou em qualquer outra rede de transportes públicos. Todos os projectos que existiam estão suspensos e em apreciação, para determinarmos o que é mais prioritário em termos das necessidades de mobilidade e acessibilidade", disse ontem Carlos Correia da Fonseca, depois de visitar a obra de prolongamento da Linha Vermelha do metro até ao aeroporto da Portela.
Recorde-se que, no Verão de 2009, o Governo anunciou vários planos de expansão da rede de metropolitano, nomeadamente os alargamentos da Linha Azul até ao Hospital Amadora-Sintra (três novas estações), da Linha Vermelha até Sacavém (duas novas estações) e da Linha Amarela até Loures (cinco novas estações). Até 2020, chegaram a estar previstas 30 novas estações, incluindo as ligações do Rato à Estrela e de S. Sebastião a Campolide.
No entanto, de acordo com o secretário de Estado dos Transportes e o presidente do Metropolitano de Lisboa, Cardoso dos Reis, as únicas extensões que não ficam suspensas são aquelas que já estão em obra, ou seja, a da Linha Azul, com uma nova estação (Reboleira), e a da Linha Vermelha, com três novas estações (Moscavide, Encarnação e Aeroporto).
Crise e bom senso
"Neste momento, é de bom senso todos nós tomarmos consciência de que existe uma crise financeira e, em função dela, repensarmos o investimento do metro", disse Cardoso dos Reis, garantindo que os dois alargamentos que já estão em obra avançam a bom ritmo.
Segundo o responsável, a extensão da Linha Azul, a partir da Amadora-Este, custará 39 milhões de euros e deverá ser inaugurada em meados de 2012. Já o prolongamento da Linha Vermelha, a partir do Oriente, ao longo de 3,3 quilómetros, que representa um investimento de 210 milhões de euros, deverá estar pronta no último trimestre de 2011.
O secretário de Estado dos Transportes considera a chegada do metro à Portela "justificada" e "sustentável" mesmo após a sua desactivação em função da prevista construção do novo aeroporto em Alcochete. "Esta obra há-de pagar-se a si própria, sem dúvida", garantiu Correia da Fonseca.
(in Jornal de Notícias).
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